Projeto Zika UEPB distribui mudas de plantas repelentes em ação de combate às arboviroses no semiárido paraibano
O Projeto Zika UEPB, desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba, iniciou essa semana a terceira fase da ação dos laboratórios vivos implantados nos municípios de Olivedos, Tenório, e Junco do Seridó. Essa parte do projeto consiste na execução da campanha “Adote uma planta repelente” e, nesta ação, já foram distribuídas mais de 200 mudas produzidas e cultivadas nas três unidades dos laboratórios vivos de combate às arboviroses no semiárido paraibano.
A primeira fase, conforme explicou o professor Cidoval Morais, coordenador do projeto, consistiu na mobilização da comunidade, sobretudo nas escolas existentes nos municípios. A proposta inicial foi mostrar aos professores, principalmente de Ciências, como se operacionaliza os laboratórios vivos. Cursos e formações foram realizados para que a comunidade entendesse o funcionamento desses espaços.
Já a segunda fase, consistiu no plantio e cultivo de mudas de plantas repelentes nas três unidades do laboratório. Nessa fase do trabalho, aconteceu um compartilhamento de ações. A Unidade de Tenório, por exemplo, que estava mais avançada na execução do projeto, cedeu mudas para os laboratórios de Junco e Olivedos, em um intercâmbio de solidariedade entre os laboratórios vivos.
A terceira fase começou, efetivamente, com a expansão dos laboratórios, através do cultivo e distribuição das mudas às comunidades para reprodução. A primeira entrega aconteceu na cidade de Tenório. Inicialmente, receberam as mudas de plantas repelentes as mães dos estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Emília Saturnino da Silva, onde o Laboratório Vivo foi instalado. Além das mudas, elas também receberam orientações de como fazer o plantio corretamente em casa.
Em Junco do Seridó, as primeiras pessoas a receberem as mudas foram os funcionários e professores da Escola Municipal José Mariano, para também entrarem no processo de reprodução. Em Olivedos, a primeira doação será feita com os agentes de saúde que atuam na Unidade Básica de Saúde, onde está instalado o Laboratório Vivo daquele município. A proposta é que os agentes de saúde e agentes de endemias levem as plantas para as casas para incentivar o plantio nas suas visitas. Quem recebe as mudas assume o compromisso de reproduzir e distribuir com vizinhos e amigos.
Professor Cidoval Morais, que também é pró-reitor adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB, explicou que, nessa fase, a coordenação começou a monitorar e verificar como as famílias estão cuidando das plantas. Para isso, um cadastro foi feito e equipes do projeto pretendem realizar visitas mensais nas comunidades para verificar se as plantas conseguiram reduzir a incidência do mosquito Aedes Aegypti. A ideia é provar cientificamente a eficácia da iniciativa.
Os laboratórios vivos de combate às arboviroses no semiárido paraibano apresentam uma tecnologia social simples. Os dois últimos laboratórios vivos foram implantados em Junco do Seridó, no dia 25 de junho, e Olivedos, no dia 9 de julho. Os laboratórios são hortas orgânicas, planejadas com as comunidade locais, para a reprodução e distribuição de plantas repelentes, medicinais e hortaliças, desenvolvidas em espaços públicos e que possibilitam a troca de saberes populares e científicos, inovando no processo de ensino-aprendizagem vivenciado na escola e no ambiente da Saúde.
Para além dos benefícios de uma horta, os laboratórios vivos têm como objetivo oferecer um conjunto de alternativas ao controle químico de arboviroses e a promoção de uma mudança de paradigma, com a validação do conhecimento popular das comunidades sobre o uso das plantas medicinais e repelentes como um modelo de promoção da saúde, vinculando profissionais e serviços à comunidade. Os canteiros contam com nove espécies de plantas repelentes e alguns tipos de hortaliças e leguminosas que são cultivadas com o objetivo de integrar a cultura da alimentação saudável no ambiente escolar.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Equipe Zika UEPB