Projetos de pesquisadores da UEPB são aprovados pelo Programa Pesquisa Ecológica de Longa Duração
Preservação do meio ambiente, cuidado com a natureza e conservação dos recursos naturais. Essas propostas na área de Ecologia fazem parte de dois projetos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que foram aprovados no Programa Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD). Esta é uma iniciativa do Governo Federal, através do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (CNPq), que apoia pesquisas científicas que necessitam de um período longo de coleta de dados e análises para entender o funcionamento dos ecossistemas.
Uma das propostas da UEPB, aprovadas preliminarmente, tanto no mérito técnico-científico, quanto em limites orçamentários, é da área de Comunicação Pública da Ciência. O projeto “Estratégia Multidimensional de Comunicação Pública para o Programa PELD”, sob responsabilidade da professora Alessandra Gomes Brandão, coordenadora adjunta do curso de Licenciatura em Física, receberá um financiamento de R$ 200 mil em custeio de bolsas durante todo o período.
A professora Alessandra disse que a aprovação desse projeto tem muito significado, pois mostra o potencial da UEPB no Estado. Ela ressaltou que a aprovação, e a classificou como fruto de uma parceira que a Instituição fez com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), no sentido de pensar o desenvolvimento do Estado. “Nós trouxemos para a Paraíba um único projeto aprovado com nota 10. O significado disso é que até pouco tempo esses grandes projetos eram coordenados por pesquisadores de outros estados. Isso mostra também a expertise que nós temos”, comentou professora Alessandra.
O outro projeto da UEPB que concorreu ao edital, e foi aprovado, é batizado de “PELD Rio Paraíba Integrado”, coordenado pelo professor José Etham de Lucena Barbosa. Esta pesquisa propõe estudos relacionados à bacia do Rio Paraíba, visando o recebimento das águas do Rio São Francisco, as mudanças climáticas e a integração de pesquisas com foco na sustentabilidade socioambiental e econômica. O professor explicou que esse projeto assume a bacia do Rio Paraíba como unidade de estudo, e vai ser realizado em um período de quatro anos, podendo ser renovado por igual período, na medida em que foram sendo cumpridos a metas.
Integram a iniciativa da UEPB, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), a Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA), a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), e o Instituto do Semiárido (INSA). Segundo o professor Ethan, esse arranjo institucional torna o projeto único na Paraíba. Segundo ele, mais de 100 pesquisadores nacionais e internacionais estão envolvidos nessa iniciativa.
O pesquisador observou que o edital do PELD é estruturante na área do CNPq e circula há mais de 20 anos, reunindo representações de 34 sítios ecológicos em todo o território brasileiro, em todos os biomas nacionais, como Amazônia, Serrado, Caatinga, Pantanal, entre outros. Seguindo as diretrizes e atribuições da Fapesq, a equipe técnica se empenhou em auxiliar os pesquisadores na elaboração das propostas, além de efetivar a articulação das instituições de pesquisa no Estado.
As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 15 milhões, sendo R$ 14 milhões oriundos do orçamento do CNPq e R$ 1 milhão oriundo do orçamento do MCTI. O edital PELD foi lançado pela primeira vez em 1999, e propõe a formação de sítios de pesquisas em diferentes biomas brasileiros, locais delimitados que serão investigados durante quatro anos, tempo da duração do programa. A cada quatro anos o edital é relançado com a chance de manter a pesquisa em sítios antigos, além de abrir espaço para novas localidades.
Texto: Severino Lopes