“Raul Córdula, Raros, Múltiplos” e “Desenho da Terra” são abertas no Museu de Arte Popular da Paraíba
As exposições “Raul Córdula, Raros, Múltiplos – Arte sobre papel” e “Desenho da Terra” foram abertas no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande, na noite de quinta-feira (7). Ambas integram também a programação da 18ª edição do Festival de Audiovisual de Campina Grande – Comunicurtas UEPB.
A abertura contou com os estudantes do curso de Sanfona para Iniciantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), sob a regência do professor Marcos Lima. Presentes à solenidade, compondo a mesa, estavam o diretor do MAPP e pró-reitor adjunto de Cultura, professor José Pereira da Silva; o coordenador do Museu de História da Paraíba, professor Chico Pereira; os curadores de “Raul Córdula, Raros, Múltiplos – Arte sobre papel”, Dyógenes Chaves e Rebeca Souza, que assina, igualmente, “Desenho da Terra”; e o próprio Raul Córdula, que foi prestigiar a iniciativa.
Em suas falas, os integrantes da mesa destacaram a relevância de Córdula para a arte na Paraíba, enfatizando sua grande contribuição não apenas na esfera da criação, com a suas exposições nacionais e internacionais, mas como gestor museal e de outros espaços no segmento cultural. “Confesso que estou um pouco preocupado comigo mesmo, porque, depois dessas palavras, meu ego pode explodir a qualquer momento”, brincou, Raul, logo após ouvir o que foi dito a seu respeito.
Ele acrescentou que após um longo período longe da Rainha da Borborema, encontrou uma outra Campina, renovada e encantadora. “A cidade está tão brilhante, com tanto movimento interessante, e dispondo de instituições realmente presentes no dia a dia da arte no município, como a UEPB. Convido a todos para verem essa mostra do meu trabalho. É uma honra para mim, estar aqui nesse Museu da Universidade, eu me sinto muito orgulhoso. É a primeira exposição individual que faço na minha terra, podia ter acontecido antes, mas acredito que algumas coisas têm o momento certo para ocorrer”, disse. Seguindo com a programação da abertura, o público passou às galerias, e Raul Córdula, junto com os curadores, foi acompanhando todos nesse trajeto.
Participaram do evento, entre outros, a professora Nadja Oliveira, pró-reitora adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa, representando a reitora da Instituição, professora Celia Regina Diniz; o coordenador de Comunicação, Hipólito Lucena; a coordenadora do Cerimonial, Mariene Braz; o artista plástico Jorge de Vieira; o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), Rangel Junior; a idealizadora do Festival de Inverno e presidente do Instituto Solidarium, Eneida Agra Maracajá; os representantes do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), Ida Steinmuller e Vanderley de Brito; e, da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), Marcos Alfredo e Ronaldo Cunha Lima Filho, secretário-chefe de gabinete e secretário de Cultura, respectivamente.
“Raros e Múltiplos” com “Desenho da Terra”
Raul Córdula completou 80 anos em 2023, mais precisamente em 17 de abril. São mais de 6 décadas dedicadas à arte, conforme ressaltou. E o visitante que for conferir a exposição dele, na sala 1 do MAPP, contemplará gravuras, desenhos, colagens e aquarelas, criadas entre 1963 e 2023. Os trabalhos também possuem observações de Córdula, como quando ele explica, por exemplo, que costuma desenhar figuras entre séries de obras geométricas e fala que aquelas ali mostradas são “meros exercícios de manualidade”, ou quando explana que tentou, por muito tempo, pintar um retrato de Santa Córdula, que tinha em seu imaginário.
“Córdula é a palavra latina que significa pequeno coração. Santa Córdula é considerada a Santa da Solidariedade e seu nome, até hoje, é um nome comum entre as mulheres alemãs. Meu sobrenome, Córdula, segundo a lenda da família, nasceu de uma senhora que tinha este nome e que veio para o Brasil ocupar um território na Paraíba. Seus filhos eram chamados, de, por exemplo, José de Córdula, Maria de Córdula, e assim batizaram seus filhos com este sobrenome. Nunca consegui pintar este quadro, mas desenhei muito sua imagem imaginária”, diz ele, nas suas impressões relacionadas às obras.
Já “Desenho da Terra”, de Rebeca Souza, fica na Sala 3 do MAPP, e traz vídeo, colagem e nanquim sobre papel. Entre os trabalhos, figuram, por exemplo, “Triângulo para Raul”, “Labirinto” e “Faixa”. Nas palavras de Rebeca, ela apresenta, “nessa narrativa de trânsito, substância, atrito e invenção”, os processos de desenho em seu caderno, a saber: “colagens em camadas, escritas, formas-grafismos com nanquim, e o estado do corpo na busca pelo desenho no espaço”.
A visitação no MAPP é gratuita, acontece de terça a sexta-feira, das 10 às 19h, e aos sábados e domingos, das 14 às 19h. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (83) 3310-9738.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Paizinha Lemos
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