Relatos de dedicação à Instituição e balanço de ações de gestão são divulgados no Dia do Servidor Público

Alteridade, muito além de um conceito é uma prática que nos permite estabelecer relações com base no respeito, no amor, na responsabilidade e atenção às outras pessoas mesmo diante das diferenças. Assim é o trabalho de servidores e servidoras públicas que exercem suas funções cotidianas buscando servir à sociedade com zelo, ética e compromisso. No âmbito da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), são mais de dois mil profissionais, entre técnicos administrativos e docentes, que permitem à Instituição exercer seu papel de referência nas atividades de ensino, pesquisa, extensão, arte e cultura na Paraíba.

Sobretudo no período de pandemia, que exigiu de toda a humanidade esforços no sentido de superar dificuldades, lidar com incertezas e entender que a forma como cada pessoa vive impacta na vida do outro, o exercício profissional precisou ser adaptado e, mesmo quem tinha anos de experiência, teve que reaprender a trabalhar nesse novo contexto. Uma das servidoras com mais tempo em atividade na UEPB, a técnica administrativa do Laboratório de Análises Clínicas (LAC), Maria das Graças Araújo, mais conhecida como Graça do LAC, acompanhou ao longo dos 45 anos de atuação na Instituição, as diversas transformações pelas quais a UEPB passou.

A servidora pôde acompanhar o processo em que a Universidade Regional do Nordeste (URNe) foi estadualizada e passou a ser Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), viu a criação de outros câmpus pelo Estado, o reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC), a conquista da autonomia financeira e a consolidação como um polo educacional e tecnológico da Paraíba.

“Nesse percurso eu tive muitas alegrias. Passei de um período difícil, com salários baixos e atrasados quando ainda éramos URNe, e pude ver tudo melhorar com a estadualização e depois com a nossa autonomia que permitiu a aprovação do nosso Plano de Cargos Carreira e Remuneração. Eu me realizo com o meu trabalho e acho que esse é o segredo para ser um bom servidor: gostar do que se faz. E eu gosto muito do que faço. Quando tivemos que fechar tudo no período da pandemia eu estava ansiosa para voltar, não consigo ficar só em casa”, explica Graça.

A servidora que aos 55 anos de idade voltou a estudar para concluir um curso de graduação em Administração faz planos para ingressar numa pós-graduação e afirma que a UEPB a permite proporcionar aos filhos uma vida mais segura e tranquila do que a que teve na infância humilde em Campina Grande. “Depois que aprovou esse PCCR fomos incentivados a estudar, e eu já fiz vários cursos, de secretariado, o curso superior em Administração e até um curso de computação. Hoje posso dar uma vida melhor para minha família, proporcionar coisas que não tive. Agora pretendo fazer mestrado. É uma forma de melhorar ainda mais na questão salarial e aprender novos conhecimentos”, avalia.

Com uma carreira ainda no início na UEPB, o servidor Francisco Brinaldo, que ingressou na instituição em novembro de 2018 e hoje atua na Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), avalia que o trabalho remoto fez com que as atividades cotidianas dos servidores fossem ressignificadas, e o papel social destes, enquanto intermediador entre a Instituição e a sociedade fosse potencializado. Brinaldo avalia, ainda, que o investimento na qualidade de vida dos servidores é importante uma vez que estes é que devem representar a instituição junto à população.

“Acredito que toda repartição pública é refletida pelos seus servidores, ou seja, servidores felizes e contentes com o trabalho passam para a comunidade uma imagem semelhante da instituição. O isolamento social nos faz refletir a importância do servidor como intermediador entre a população e o serviço. Com o trabalho remoto, fazemos nossas atividades muito juntos de nossa família e em acúmulo com as tarefas do dia a dia. E isso, embora nos sobrecarregue, nos incentiva a oferecer o melhor de nós para a população, porque nos lembra que somos muito mais que uma matrícula, somos pessoas, famílias que contribuem para o serviço público não só com o labor, mas com a nossa vida e dedicação ao trabalho”, explica Brinaldo.

Ações de gestão de pessoas
Com o objetivo de valorizar servidores e servidoras da instituição, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) tem empreendido diversas iniciativas que buscavam oferecer melhores condições de trabalho e, no âmbito da pandemia da Covid-19, formas de enfrentamento à realidade pandêmica que impôs novas formas de trabalho.

Após o início da pandemia, em março de 2020, a PROGEP, por meio dos setores de Serviço Social, Saúde do Trabalhador e Desenvolvimento de Pessoas, bem como da Comissão Interdisciplinar de Atenção Integral à Saúde e Segurança do Trabalho (CIAST), tem empreendido diversas iniciativas para seguir com as atividades acadêmicas e administrativas sem expor docentes e técnicos-administrativos da instituição ao risco de contaminação pelo vírus da covid-19.

Além da elaboração de instruções normativas que visavam padronizar as informações de casos suspeitos e o mapeamento das condições de vida e de saúde de servidores e servidoras e registro de casos suspeitos de Covid-19, com atendimento individualizado, a Instituição determinou que durante a fase de maior risco da pandemia, fosse implantado o regime de trabalho remoto, estabelecendo as atividades presenciais apenas em casos excepcionais.

Da mesma forma, as condições de segurança e saúde mental têm sido uma preocupação da gestão. Nessa vertente têm sido realizadas visitas técnicas em diversos locais da UEPB, para análise e viabilização das condições de saúde e segurança dos trabalhadores e trabalhadoras, e, por iniciativa da CIAST, foi criado e publicado, recentemente, o primeiro fascículo de uma série de cartilhas em formato de e-book voltado a tratar temas relacionados à saúde mental (http://eduepb.uepb.edu.br/download/cartilha-ciast-saude-mental/?wpdmdl=1397&masterkey=607d9d3bad7e5). O serviço de escuta psicológica segue sendo realizado de forma remota e presencial.

Nesse período, o trabalho da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) também tornou possível a migração para as atividades digitais através do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP) que possibilita a realização de tarefas à distância mantendo a qualidade do atendimento, o que permitiu o funcionamento do regime remoto e híbrido ao longo de toda pandemia.

Além destas iniciativas associadas ao desafio de superar uma pandemia, outra adversidade a ser enfrentada pelos servidores e servidoras diz respeito à separação entre a vida laboral e vida pessoal. Nesse sentido, mais do que normativas estabelecendo essa forma de trabalho, a UEPB também tem enfatizado que as comunicações de trabalho, para técnicos e docentes, devem acontecer tão somente dentro do horário de funcionamento do setor, respeitada a jornada de cada um, garantindo-se o direito de desconexão do trabalho (Portaria 0244/2020 e RESOLUÇÃO/UEPB/CONSUNI/0344/2020).

Para além das ações relacionadas à Covid-19, a PROGEP também tem realizado formações continuadas para áreas importantes como os cursos de idiomas oferecidos em parceria com a Coordenadoria de Relações Internacionais (CORI), curso de Libras em parceria com o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UEPB, curso sobre questões de gênero promovido pelo Observatório do Feminicídio na Paraíba Professora Bríggida Rosely de Azevêdo Lourenço, mesas de diálogo transmitidas remotamente com foco nas questões de saúde mental, biossegurança, assédio moral, entre outras ações voltadas para a fortalecimento emocional dos servidores durante a pandemia. Articulada com a perspectiva inclusiva que marca essa gestão, também tem sido promovida em parceria com o NAI, o mapeamento de servidores com deficiência e a organização, mobilização e planejamento de ações de apoio voltadas a este público.

A pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ana Paula Lima evidencia algumas destas ações e destaca que o novo modelo de trabalho durante a pandemia permitiu à gestão pensar sobre novas formas de adequar a jornada de técnicos administrativos. Uma comissão está discutindo a regulamentação do trabalho hibrido para os técnicos administrativos da instituição.

“A Instituição adotou uma série de medidas que integram o eixo saúde e segurança das categorias técnica-administrativa e docente no sentido de preservar vidas. Ações como a suspensão das atividades presenciais no primeiro momento; incentivo ao trabalho remoto; trabalho presencial organizado considerando o distanciamento social e a possibilidade de escalas; entrega de equipamentos de proteção individual e medidas de proteção coletiva. Também está sendo criada uma minuta que permitirá a implantação do trabalho híbrido para técnicos-administrativos. Esta ação é construída a partir do diálogo com direções de centros e demais unidades de gestão, e enquete entre o corpo técnico-administrativo sobre a viabilidade e o melhor formato de distribuição da carga horária do trabalho híbrido. Enfim, a Pandemia nos mostrou que não é tempo de fixação aos padrões antigos. Para superar esses desafios que a nova realidade nos impõe precisamos conversar, dialogar e pensar estratégias no coletivo, com empatia e respeito a cada servidor e servidora”, explica Ana Paula.

O pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Josenildo Lima, relembra conquistas importantes para a classe de servidores e servidoras da instituição e evidencia a gratidão a essas pessoas que se dedicam à instituição com zelo e responsabilidade para conseguir avançar em meio às incertezas de uma pandemia.

“Temos investido numa política de valorização dos servidores da instituição, com ações que vão desde o pagamento dos salários dentro do mês trabalhado, liberação e implantação das progressões de 2018 e 2019, que estavam congeladas, e manutenção do diálogo permanente junto ao Governo do Estado pela liberação e implantação das demais progressões de técnicos e docentes. Também conseguimos negociar uma tabela mais acessível para os planos de saúde. E tudo que estamos fazendo é fruto de um trabalho com os talentos da nossa equipe com base no diálogo e na busca por novas ações para melhorar a qualidade de vida dos servidores e servidoras”, avalia Josenildo.

As leis que regem os direitos e deveres dos funcionários que prestam serviços públicos estão no decreto nº 1.713, com data de 28 de outubro de 1939, motivo pelo qual foi estabelecido este dia em comemoração a esse profissional. No caso da UEPB, a atuação dos servidores e servidoras é regida pela Lei Complementar nº 58, mais conhecida como Estatuto do Servidor Público, e da Lei 8.442, que institui o Plano de Cargos Carreira e Remuneração de servidores da instituição, dentre outras normativas.

Mais do que cumprir pré-requisitos inerentes ao cargo que exercem, os servidores públicos têm um compromisso primordial com o interesse da sociedade e são peças fundamentais no cumprimento do papel das instituições.

Texto: Juliana Marques