UEPB aprova quatro projetos em edital da Fapesq com foco no protagonismo feminino na ciência
Quatro novos projetos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foram contemplados em processo seletivo da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB) por meio de edital de “Apoio ao Protagonismo Científico de Mulheres e Meninas na Ciência”. As pesquisadoras selecionadas atuam nas áreas de Ciências Humanas; Ciências Sociais e Aplicadas; Linguística, Letras e Artes; e estão lotadas em diferentes câmpus da Instituição.
O edital, que oferecerá um aporte de até R$ 50 mil para fortalecimento de estudos a cada projeto, visa contribuir com o protagonismo feminino no Estado, apoiando trabalhos científicos, tecnológicos e de inovação, desenvolvidos por pesquisadoras mulheres, que não apenas fazem ciência voltada para a questão feminina, mas que apresentaram propostas com importância para o desenvolvimento do Estado.
Da UEPB, foram contempladas as seguintes pesquisadoras e seus respectivos projetos: Eliete Correia dos Santos, com “Seminários de Saberes Arquivísticos (SESA): Inteligência Artificial e Práticas Educativos-Decoloniais para a valorização da memória e promoção do pensamento crítico”; Risolene Alves de Macena Araújo, com o projeto “Do Papel à Prática: Estratégias ESG para a Sustentabilidade em Órgãos Públicos Paraibanos”; Izadora Xavier do Monte, com “Experiência de Mulheres em Ensino Superior do Estado da Paraíba – estudo sobre violências e relações de poder na universidade”; e Mauriene Silva de Freitas, com o projeto “Feminicídio sob Investigação”.
As quatro propostas assinaladas pela UEPB compõem o total das dez contempladas, num universo de 57 proposituras apresentadas neste edital da Fapesq. Segundo a professora Mauriene Freitas, iniciativas como a deste edital são “fundamentais para incentivar a pesquisa nessa área de atuação e para que, através de seus dados, o Estado possa compreender melhor os fenômenos sociais e elaborar políticas públicas de combate às questões que envolvam a realidade feminina na Paraíba”, disse.
Para ela, além de incentivar as mulheres pesquisadoras e ser uma forma de reparação histórica, o apoio ao protagonismo feminino funciona, também, como uma iniciativa de fortalecimento e incentivo para que as mais mulheres e meninas compreendam que Ciência pode e deve ser um lugar de atuação feminina.
Inspiração e avanços nas pesquisas
Projetos científicos liderados por mulheres podem contribuir para a redução de desigualdades de gênero não só na ciência, mas na sociedade em geral, além de combinar diferentes pontos de vista e experiências.
Exemplo disso é o projeto intitulado “Feminicídio sob Investigação”, um dos contemplados. Conforme a professora Mauriene Freitas, ele nasceu em 2018 com outro título, que dava enfoque ao discurso dos acusados em cometer feminicídios na Paraíba, em uma tentativa de tentar compreender, através das falas, quais os motivos e alegações para cometimento dos crimes.
Em nova formulação, o projeto foi renomeado em 2022, e a pesquisa ampliou o escopo de atuação, buscando informações sobre as vítimas, o crime e o acusado, além da cartografia das ocorrências dos casos veiculados e das construções das notícias. “Uma espécie de estudo metalinguístico”, explica a professora.
Para que fosse executado, o edital da Fapesq contou com a parceria da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e apoio da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH).
Texto: Giuliana Rodrigues