UEPB e Banco do Nordeste assinam convênio para projeto de recuperação do reservatório no Semiárido paraibano

Foi assinado, na manhã desta quarta-feira (15), no Gabinete da Reitoria o convênio entre a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), após aprovação do projeto “Recuperação de reservatório de abastecimento eutrofizado do semiárido: produção e aplicação de coagulantes orgânicos derivados do bioma Caatinga”. A proposta faz parte do edital do fundo de desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e de inovação (FUNDECI), administrado pela entidade bancária.

O projeto é coordenado pela professora Weruska Brasileiro, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, e terá um aporte de R$ 428 mil para ser executado em 24 meses, com investimentos em bolsas e desenvolvimento de pesquisas. O convênio foi assinado pela reitora, professora Celia Regina Diniz, e por Artur Luiz Cordeiro, agente de Desenvolvimento da Superintendência Estadual da Paraíba.

Segundo a professora Weruska, o grupo de pesquisa que ela coordena é o único do Nordeste que possui a expertise de coagulante orgânico com o bioma da Caatinga. “Já temos duas patentes de coagulantes e durante a pesquisa, pretendemos desenvolver mais outras duas. Serão feitas ações e pesquisas bastante inovadoras, além de utilizar material que não agrida a natureza, como uso de metais pesados que são comumente utilizados em casos de eutrofização”, comentou a pesquisadora.

“É um projeto com inovação tecnológica que favorece o tratamento de água de forma sustentável bem como a recuperação de corpos hídricos eutrofizados. Este processo prejudica muito a qualidade da água, assim como uso de materiais químicos. Os coagulantes orgânicos utilizados pelo nosso projeto não são agressivos”, disse Weruska.

Eutrofização
O processo de poluição de corpos d’água, como rios e lagos, que acabam adquirindo uma coloração turva e ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água, é chamado de Eutrofização Segundo a professora Weruska Brasileiro, isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais e tem um grande impacto para os ecossistemas aquáticos.

Esta ação é frequentemente induzida pelo despejo de resíduos oriundos de atividades de origem humana, sobretudo domésticas e industriais, resultando na descarga de nitrato ou fosfato contendo detergentes, fertilizantes ou esgoto em um sistema aquático.

Após a assinatura do convênio, o mesmo segue para publicação no Diário Oficial da União (DOU) e posterior liberação de recursos. As pesquisas e atividades serão realizadas na Bacia do Rio Paraíba, nas cidades de Boqueirão, Cabaceiras e Campina Grande.

Texto: Juliana Rosas
Fotos: Divulgação/Wikimedia Commons