UEPB e Governo Federal dialogam sobre o combate à adulteração de bebidas com metanol

4 de outubro de 2025

Representantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) participaram de uma reunião, na tarde deste sábado (04), com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir propósitos sobre os avanços das pesquisas voltadas à identificação de metanol em bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil.

A reunião, realizada de maneira remota, marca um passo significativo na busca por soluções científicas para um grave problema de saúde pública: a adulteração de bebidas com substâncias tóxicas, como o metanol, que vem sendo responsável por intoxicações e mortes em diversas regiões do país.

Reunião Remota entre autoridades da UEPB e do MS

Além da reitora da UEPB, Célia Regina Diniz, participaram da reunião a vice-reitora, Ivonildes Fonseca, a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, professora Nadja Oliveira, o pró-reitor adjunto de Infraestrutura, Felix Brito, e os professores pesquisadores David Douglas e Railson Oliveira, integrantes do Departamento de Química da UEPB e da equipe de pesquisa que vem desenvolvendo tecnologias e metodologias inovadoras para a detecção rápida e eficaz do metanol, substância altamente tóxica que, quando ingerida, pode causar desde graves danos neurológicos, até a morte.

Segundo a reitora Célia Regina, o encontro foi uma oportunidade para estabelecer uma parceria sólida entre a UEPB e o Governo Federal, com vistas à aplicação prática dos resultados das pesquisas. “Essa união de esforços busca enfrentar de forma técnica, científica e eficaz um grave problema de saúde pública, que tem vitimado pessoas em diversas partes do nosso país”, afirmou.

Ela destacou o compromisso da Universidade com a ciência, a vida e o desenvolvimento social, reforçando a disposição da UEPB em colaborar com políticas públicas que gerem impacto real na vida da população.

Os estudos da UEPB ganham relevância em um contexto de crescente preocupação com a presença de bebidas falsificadas ou adulteradas circulando no mercado brasileiro. Casos recentes de intoxicações e óbitos provocados por metanol têm chamado a atenção das autoridades e da sociedade civil, exigindo respostas rápidas e baseadas em evidências científicas.

Durante a reunião, os representantes da Universidade apresentaram dados preliminares de suas pesquisas, métodos de detecção e propostas de implementação de tecnologias em larga escala. A expectativa, agora, é o encaminhamento dos projetos ao Ministério da Saúde, com possibilidade de apoio Federal e institucionalização das ações de combate à adulteração de bebidas.

Da pesquisa à política pública

Em sua fala, a reitora também agradeceu ao deputado Hugo Motta, responsável pela articulação da reunião, e ao ministro Alexandre Padilha, “pela sensibilidade demonstrada na abertura ao diálogo com a ciência”. Além disso, reconheceu o apoio contínuo da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), cujos editais e investimentos têm fortalecido a base científica da UEPB.

Para os participantes, a reunião reforça a importância de transformar conhecimento acadêmico em ação concreta, tendo em vista a oportunidade de salvar vidas com base na ciência. Com apoio institucional, será possível implementar as tecnologias de forma eficaz e preventiva em todo o país.

O próximo passo será o detalhamento técnico dos projetos junto ao Ministério da Saúde e a construção de um plano de trabalho que viabilize o uso dos resultados em políticas públicas de controle e fiscalização sanitária. A UEPB se coloca, assim, na vanguarda de um esforço nacional por mais segurança na produção e consumo de bebidas alcoólicas no Brasil.

Riscos

O metanol é um tipo de álcool industrial que, quando ingerido, pode causar cegueira, insuficiência renal, danos neurológicos graves e morte. Embora proibido em bebidas para consumo humano, ele tem sido utilizado por fabricantes clandestinos como forma de baratear a produção de destilados. A identificação precoce da substância é essencial para evitar tragédias, e é nisso que a UEPB vem concentrando esforços.

Texto: Giuliana Rodrigues e Severino Lopes