UEPB homenageia servidores públicos e promove ações de promoção à saúde e valorização da categoria
Mais do que elementos fundamentais na engrenagem do serviço público, os servidores e servidoras de uma instituição são sujeitos cujas vivências e trajetórias de vida permitem que se construa uma memória característica de cada lugar. Na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) o percurso trilhado por muitas dessas pessoas confunde-se com a história institucional e o tracejado que se estabelece para um futuro deve considerar e valorizar tais vivências. Diante disso, durante o mês de outubro, a Pro-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) tem empreendido diversas ações voltadas aos servidores e servidoras da ativa e aposentados dos oito câmpus da Instituição.
De acordo com a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ana Paula Lima, a programação promovida pelo setor foi dividida em três frentes com atividades voltadas à saúde de uma maneira geral, saúde mental e valorização dos servidores e servidoras. “Entendendo que as questões de saúde influenciam no trabalho desenvolvido, e que a promoção da saúde mental no ambiente laboral é uma necessidade da gestão contemporânea, idealizamos algumas ações com essa vertente. Além disso, pensamos em iniciativas que valorizem tanto aqueles e aquelas que estão na ativa, quanto os aposentados e aposentadas, que apresentaram um legado para a nossa instituição e são reconhecidos por isso”, explica.
Este é o caso do servidor aposentado Amarildo Lucena, que atuou na UEPB desde 1979 como menor aprendiz na antiga Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FAFIG), hoje Centro de Humanidades (CH), em Guarabira. O referido servidor ajudou a implantar a informatização do Câmpus III, ficando responsável pelo Núcleo e o Laboratório de informática onde trabalhou até 2015, quando assumiu o Setor de Infraestrutura do Centro, local em que ficou até a aposentadoria, em 2019.
“Tenho lembranças boas do convívio na instituição entre técnicos professores e estudantes. Acredito que essa aproximação, sobretudo com o nosso público-alvo (os estudantes) apoiando e interagindo junto aos mesmos em um período de formação. Pode ser um dos caminhos para combater o estigma pejorativo associado ao servidor público. Essa relação que, sem dúvida, é marcante na vida deles, faz com que entendam a educação pública e gratuita como fundamental para diminuir as desigualdades sociais. Quando nos tornamos presentes e ativos nesse relacionamento esses companheiros de jornada acadêmica tornam-se difusores positivos do nosso papel como servidores públicos”, avalia Amarildo.
Para a bibliotecária Ana Lúcia Leite, que aos 20 anos de idade perdeu a visão e teve que readequar a vida, a atuação como servidora pública é um reflexo de suas vivências enquanto pessoa com deficiência que busca assegurar direitos e superar barreiras impostas em seu caminho. Atualmente mestranda em Ciência da Informação, Ana Lúcia integra a Comissão de Acessibilidade e Inclusão nos Ambientes das Bibliotecas do Câmpus V e desenvolve diversas ações com essa vertente.
“Meus desafios diários se ampliaram depois que perdi a visão. Superá-los é uma peleja constante em um país ainda marcado por profundas desigualdades como o nosso. Mesmo assim, a minha cegueira não foi um fator impeditivo de realizar o sonho de ser servidora pública. No exercício das minhas atividades há quase 15 anos como bibliotecária, junto a esta Universidade onde desenvolvo minhas atividades, tenho buscado com afinco o direito à acessibilidade relacionada a questões atitudinais, arquitetônicas, comunicacionais, instrumentais, metodológicas, programáticas e naturais. Procuro exercer as atividades como servidora pública trabalhando para servir a sociedade de maneira acessível, inclusiva, com qualidade e com eficiência, contribuindo para servir o interesse coletivo, neste desafio de transformação social. Atuo cuidando do que é de todos nós através da soma das diferenças, com esta equipe de servidores públicos da UEPB que tanto nos orgulha em suas ações de ensino, pesquisa e extensão, nos levando a acreditar que é possível”, declara Ana Lúcia.
Com uma atuação regida por princípios como o da moralidade, legalidade e impessoalidade, os servidores e servidoras públicas são agentes de transformação do Estado, atuam a serviço da cidadania e comprometidos com a ética, atendendo aos interesses da sociedade. Historicamente estigmatizados como burocratas despreparados e cheios de mordomias, a classe de profissionais que atuam no serviço público na atualidade tem atuado com dedicação e compromisso para mudar essa visão pejorativa e exercer suas funções com a eficácia e o zelo necessários ao setor.
Atualmente a UEPB conta com 938 técnico-administrativos, aproximadamente 74% destes possuem algum curso de pós-graduação, e 1.174 docentes, sendo 94% doutores ou mestres. Além da busca pela qualificação, evidenciada pela quantidade de servidores com pós-graduação, os profissionais da Instituição atuam de acordo com o que preconiza o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), na busca pela excelência acadêmica e administrativa colaborando com a promoção do sentimento de bem-estar e de pertencimento junto à Universidade.
Com o objetivo de oferecer aos servidores o apoio necessário para a conquista de tais objetivos, a PROGEP têm empreendido algumas ações, dentre elas o serviço de plantão de escuta e aconselhamento psicológico presencial para servidores do Câmpus I, sala 107, 1° Andar, Prédio da Administração Central, das 9h às 13h, e remoto para servidores dos câmpus II, III, IV, V, VI, VII e VIII pelo e-mail: acolhimentopsi.uepb@setor.uepb.edu.br. Ao longo do mês de outubro também foram realizadas diversas homenagens e ações de promoção à saúde e bem estar.
Texto: Juliana Marques