UEPB se reúne com entidades representativas e debate sobre cotas raciais na Instituição
Em reunião virtual realizada nesta terça-feira (2), a vice-reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), professora Ivonildes Fonseca, docentes, técnicos e estudantes da Instituição, juntamente a representantes de outras entidades, discutiram a implementação de cotas raciais no acesso aos cursos de graduação da UEPB. A ação foi bem recebida pelos presentes, e a partir da reunião uma comissão avançará em reflexões e ações sobre a temática.
Estiveram presentes representantes do Movimento Negro de Campina Grande, da Câmara Municipal de Campina Grande, além de docentes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A professora Ivonildes Fonseca comentou a relevância do tema e da participação dos convidados de diversos setores para essa discussão dentro da UEPB.
Um dos participantes foi o representante do Movimento Negro de Campina Grande e professor da Rede Estadual de Ensino, Ariosvalber de Souza Oliveira. “Nós do Movimento Negro recebemos com entusiasmo essa ação da UEPB, que busca aprofundar a democracia nesta área em nosso Estado”, disse. O professor ressaltou ainda a importância que se façam ações voltadas para a disseminação do conhecimento sobre o assunto dentro de instituições e entre os estudantes. “É importante que os estudantes tenham ciência dos seus direitos e que as universidades e diversas instituições saibam sobre a legislação e implantação do processo. É uma política pública legítima e já efetivada em diversos lugares”, afirmou Ariosvalber.
A partir da reunião, foi formada uma comissão de membros composta por estudantes, técnicos administrativos e docentes da UEPB, agregando os setores de Ensino, Pesquisa e Extensão para aprofundar o assunto e trabalhar as futuras ações dentro da Universidade Estadual. Essa comissão, com membros das Pró-Reitorias de Graduação (PROGRAD), Estudantil (PROEST), de Ensino Médio, Técnico e Educação a Distância (PROEAD) e dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e indígenas (NEABI) de Campina Grande e Guarabira, além de discentes, se reunirá na próxima sexta-feira (5) para definir novos encaminhamentos.
A vice-reitora ressalta que a UEPB vem trabalhando as políticas de ações afirmativas na educação, a exemplo da implantação das cotas sociais, desde 2006. Mediante a Resolução/UEPB/CONSEPE/06/2006, a Universidade Estadual da Paraíba definia a política de reserva de vagas para os cursos de Licenciatura e Bacharelado para egressos de escolas públicas. Em 2014, houve alteração pela Resolução/UEPB/CONSEPE/058/2014 e assim, a reserva de vagas ficou restrita para os cursos de Bacharelado.
Na intenção de ampliar a inclusão social, foi iniciada a discussão para que o acesso à Graduação observe o marcador étnico-racial para os povos originários, grupos negros e quilombolas, que fazem parte da composição da população da Paraíba. Quanto ao quesito cor, o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a população do Estado se autodeclarava da seguinte forma: parda: 52,7%; branca: 39,8%; negra: 5,7%; e amarela e indígena: 1,8%.
Texto: Juliana Rosas
Foto: Reprodução/Sala Virtual
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