Universidade Aberta à Maturidade realiza cerimônia híbrida de Colação de Grau da turma 2019.2
Em meio às adversidades do tempo, um sonho realizado. Os alunos da Universidade Aberta à Maturidade (UAMA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), participaram nesta quinta-feira (21) da solenidade de Colação de Grau de conclusão do curso de Educação para Envelhecimento Humano, da turma 2019/2. A cerimônia, presidida pela reitora, professora Célia Regina Diniz, foi realizada de forma híbrida na Central de Integração Acadêmica, Câmpus de Campina Grande. Ao todo, 15 alunos concluíram o curso.
Este ano a Colação de Grau teve um significado especial, visto que os estudantes conseguiram concluir o curso no contexto da pandemia da Covid-19, que interrompeu as aulas presenciais e forçou a turma a recorrer ao ensino remoto e ao uso e domínio das tecnologias digitais. Marcada por emoção, congraçamento, trocas de afetos e sorrisos, a solenidade foi aberta pela reitora Célia Regina, seguida da composição da mesa, formada pelo doutor João Borges da Silva, padrinho da turma; pela professora Maria do Carmo Eulálio, que representou o corpo docente da UAMA.
Em seguida, em meio a um sentimento de gratidão, a comissão de honra conduziu a mesa o paraninfo geral da turma, o professor Manoel Freire de Oliveira Neto, coordenador geral da UAMA. A formanda Inês Maria Guedes Delgado foi escolhida como juramentista da turma, enquanto o formando José Saraiva da Silva foi o orador oficial. Em seu discurso, ele agradeceu a todos e lembrou a trajetória do curso, marcada por busca por conhecimentos, momentos de descontração e troca de experiências.
Coordenador geral da UAMA e paraninfo das turmas, o professor Manoel Freire de Oliveira Neto, fez um discurso marcante. Visivelmente emocionado e tentando conter as lágrimas, Mano, como é conhecido o professor, iniciou a sua fala destacando a importância do momento como uma celebração na vida dos idosos entre 60 e 95 anos, que ganharam uma nova perspectiva de vida após conviverem na UAMA.
Com olhar fixo nos formandos, ele propôs um minuto de silêncio como homenagem a todas as vítimas da Covid-19, em especial, os alunos, professores e técnicos da UEPB que perderam a luta para o vírus. Em seu discurso o professor reafirmou que a Universidade Aberta à Maturidade possibilita grande enriquecimento de vida, troca de experiências, interação social e transmissão de conhecimentos. Ele lembrou ainda que em 13 anos de curso, mais de 700 idosos já passaram pela UAMA, deixando marcas e histórias de vida, aprendizado, superação, alegrias e sonhos.
“Nós não temos como mensurar as transformações individuais de cada idoso que passa pela UAMA. As transformações são tão grandes que eu não acredito que um curso de dois anos e 1.400 horas possa trazer um benefício mental, físico e intelectual, através da libertação e do empoderamento. É a abertura para uma nova perspectiva de vida. Muitos dizem que começaram a viver a partir da UAMA”, destacou.
A UAMA, conforme destacou o professor, trabalha com idosos de 60 a 95 anos de idade que mesmo com a idade avançada, ainda buscam conhecimento, qualidade de vida e felicidade. Mano lembrou que com a pandemia, a UAMA foi a primeira a parar na UEPB, devido aos idosos fazerem parte dos grupos de risco. O desafio então foi trabalhar para garantir o retorno das aulas a partir do ensino remoto, o que não foi fácil.
A UAMA, conforme lembrou o professor, fez treinamentos e conseguiu ajudar os idosos a perderem o medo da tecnologia, já que muitos tiveram dificuldade de se adaptar às características remotas. “Somos vitoriosos. Nós trabalhamos para o direito, o respeito, a saúde, o bem-estar e a felicidade de vocês. Fica aqui a nossa gratidão, porque vocês não nos abandonaram e nós também não abandonamos vocês”, disse o professor garantindo que os alunos que não conseguiram terminar o curso devido às restrições da pandemia, não ficarão sem concluir. Segundo ele, a UAMA pretende fazer uma busca ativa, junto aos demais estudantes e garantir que todos concluam o curso no próximo ano.
Presidente na solenidade, a reitora Célia Regina Diniz parabenizou a turma e destacou a importância do trabalho realizado pela UAMA. “Estou muito feliz porque vocês concluíram mais uma etapa de vida. E essa felicidade se dá porque nós temos pessoas como vocês, ávidas por conhecimentos, que frequentaram a nossa Instituição, seja como porta ao retorno a vida profissional, seja pelo o prazer de continuar aprendendo, ou pela necessidade de compartilhar as experiências de vida que vocês trazem”, destacou a reitora.
Célia Regina ainda lembrou que as atividades da UAMA visam garantir que todos tenham um envelhecimento saudável e prazeroso. Ela também destacou a inúmeras experiências de vida compartilhadas durante as aulas do curso, mesmo em meio a tantas adversidades, principalmente pela pandemia. A reitora enfatizou que por conta da pandemia todos tiveram que se reinventar e trabalhar com as tecnologias. O que na UAMA não foi diferente, e os alunos tiveram que se adaptar à nova realidade. Célia enfatizou que os formando, superaram todas as adversidades e com resiliência, perseverança e força de vontade, conseguiram concluir o curso.
“O momento é especial. Vocês são vitoriosos porque tiveram essa vontade de continuar resistindo apesar de todos os percalços. Vocês superaram todas as adversidades e não desistiram. Nesse momento, essa é a palavra: resiliência. Foi assim que vocês fizeram. Conseguiram vencer todos os obstáculos e transpor barreiras”, observou a reitora destacando que a UAMA é uma troca de experiência.
Ela garantiu que a Reitoria da UEPB continuará trabalhando para fortalecer a Universidade Aberta à Maturidade. Algumas reformas estruturais serão feitas no prédio da UAMA para que os futuros alunos encontrem um espaço melhor para desenvolverem as atividades, e assim, escreverem uma nova história pós-pandemia. A reitora também rendeu homenagem aos familiares que acreditaram no projeto e incentivaram a todos a permanecerem no curso, mesmo de forma remota, e com as dificuldades do novo tempo.
Um dos momentos marcantes foi a entrega dos certificados de conclusão. A formanda Francisca Freire da Cruz recebeu o certificado em nome da turma “Diamantes lapidados pela pandemia”. A entrega foi feita pelo coordenador do curso.
A Universidade Aberta à Maturidade é realizada desde 2009 na UEPB, por meio da Coordenadoria Institucional Especial para a Formação Aberta à Maturidade (CIEFAM). Considerada uma iniciativa pioneira no Brasil, com essas características metodológicas próprias, o projeto foi elaborado tomando como referência uma ação com aspectos semelhantes desenvolvidos na Universidade de Granada, na Espanha, com o propósito de oferecer a aquisição do conhecimento em diferentes áreas, a socialização e troca de conhecimento intergeracionais, constituindo-se em uma proposta que possibilita a inclusão social do idoso.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Paizinha Lemos
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