Universidade Estadual da Paraíba celebra 57 anos de fundação como símbolo de resistência, lutas e conquistas
Uma longa estrada percorrida. Uma jornada extraordinária. Muitos sonhos realizados, desafios, conquistas, superação, lutas, resistências e busca pela melhoria na qualidade de vida dos paraibanos. Essas são algumas das características que tornam a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) uma das mais importantes Instituições do Estado que, nesta quarta-feira (15), celebra 57 anos de fundação.
Quando surgiu como Universidade Regional do Nordeste (URNe) no longínquo 15 de março de 1966, fruto da coragem, genialidade, abnegação e da ação realizadora de Edvaldo do Ó e outros futuristas, a Universidade não tinha noção da importância e do papel que desempenharia no solo paraibano. Ao longo dessa história, a UEPB se transformou numa Instituição comprometida com o desenvolvimento social e econômico do Estado, oferecendo ensino gratuito de qualidade, que acolhe filho e filhas de trabalhadores e todos os anos coloca centenas de profissionais no mercado de trabalho.
Desde o primeiro reitor, professor Williams de Souza Arruda, eleito na primeira reunião do Conselho Universitário para presidir a Fundação Universidade Regional do Nordeste, em 13 de abril de 1966, muita coisa mudou. Williams Arruda não podia imaginar o tamanho que a Universidade iria se tornar. A Lei Municipal nº 23, de 15 de março de 1966, que criou a FURNe, se transformou em um divisor de água na história da educação superior paraibana.
Patrimônio da Paraíba e funcionando como espécie de mola propulsora no desenvolvimento do Estado, a UEPB, definitivamente faz parte da vida do povo paraibano, com raízes fincadas em cada região paraibana. Presente em cada região do Estado, a Instituição ao longo desse período tem promovido conhecimento, educação e a promoção da ciência e do saber.
A Universidade chega aos 57 anos sob o signo do desenvolvimento, do progresso, da inclusão, da valorização da mulher, e ganhou novos ares nessa política com a ascensão das professoras Celia Regina Diniz, e Ivonildes da Silva Fonseca, respectivamente atuais reitora e vice-reitora. Com elas a Universidade ganhou força com as ações afirmativas através da política de cotas de vagas, garantindo o acesso aos cursos de Graduação e Pós-Graduação da Instituição as pessoas indígenas, ciganas, negras, quilombolas, portadoras de deficiências, com vulnerabilidade socioeconômica, transgênero, travestis e transexuais.
A professora Celia Regina disse que esses 57 anos de fundação da UEPB é motivo de alegria e celebração. “Estamos comemorando os 57 anos de fundação. E com isso nós precisamos cada dia mais defender a nossa Instituição. Defender a autonomia da nossa Universidade conquistada em 2004, além de defender sempre também que ela seja uma Universidade pública, gratuita e forneça uma educação de qualidade para fazer a diferença na sociedade da Paraíba e do Nordeste do Brasil” destacou a reitora.
Neste percurso, A UEPB mostrou a sua capacidade de se reinventar durante a pandemia, quando com criatividade superou a crise sanitária e enfrentou o “inimigo invisível”, tendo inclusive produzido equipamentos por meio do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (NUTES) que ajudaram a Rede de Saúde da Paraíba no enfrentamento ao novo coronavírus. A Instituição que lançou as suas primeiras sementes em Campina Grande, rapidamente expandiu os seus “tentáculos”, estando atualmente presente em nove cidades do Estado, com 12 Centros de Ensino. A UEPB chega aos 57 anos com Câmpus instalados nos municípios de Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna, além de um Polo em Sousa.
Em todas as cidades em que se instalou, a UEPB tem transformado a realidade, e cumprido a missão de formar cidadãos críticos e socialmente responsáveis, através da produção e transmissão do conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento educacional e sociocultural da Região Nordeste e, particularmente, da Paraíba. Em quase seis décadas, a Instituição se tornou uma promotora da ciência, da tecnologia, da inovação e pesquisa. Nesse período, passou por mudanças, consolidou os seus programas, ganhou destaque nos principais rankings nacionais e proporcionou os seus cursos de Graduação a atingirem níveis de excelência.
Na Graduação, a UEPB oferece ensino de qualidade para mais de 18 mil alunos, em 84 cursos, nas áreas da Saúde, Ciências Exatas, Tecnologia, Ciências Humanas e Sociais, e recebe cerca de três mil novos alunos por semestre. Praticamente, em todos os 223 municípios da Paraíba há a marca da Instituição, formando profissionais nas diversas áreas do conhecimento, realizando sonhos e impulsionando desenvolvimento, uma vez que mais de 70% dos estudantes são egressos de escola pública, sendo a grande maioria da Paraíba, conforme destacou o pró-reitor de Graduação, o professor Eli Brandão.
Travessia marcada por desafios, lutas e vitórias
A história da UEPB é marcada por momentos decisivos e importantes desde a sua criação como Universidade Regional do Nordeste (URNe), em 1966, passando pela Estadualização em 1987, conquistada por meio da Lei nº 4.977; pelo Reconhecimento do MEC em 1996 e a conquista da autonomia financeira, por meio da Lei Estadual nº 7.643 de 6 de agosto de 2004, que inaugurou uma nova fase na história da UEPB.
Nesta travessia, já são 57 anos de Fundação, 36 de Estadualização, 27 de Reconhecimento pelo MEC e 19 de Autonomia. E cada etapa teve um valor singular. A criação, celebrada neste 15 de março, abriu portas para o futuro. A Estadualização, conquistada graças à tenacidade dos protagonistas daquele movimento épico, inaugurou uma nova era. O Reconhecimento pelo MEC a tornou em uma Instituição de Ensino Superior consolidada em definitivo. Enquanto a Autonomia garantiu o aporte de recursos feitos pelo Governo da Paraíba para avançar em todas as áreas.
Dentro dos pilares da Pesquisa, Ensino e Extensão, a UEPB avança no tempo. São mais de 600 projetos de Iniciação Científica em plena execução. Nos últimos anos, a Universidade deu um significativo salto nos programas de pós-graduação, com a consolidação e expansão dos programas. São seis doutorados, 21 mestrados aprovados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal em Nível Superior (Capes) e 14 cursos de especialização. A Instituição oferece ainda quatro cursos técnicos ofertados em duas escolas, e diversos cursos de graduação e pós-graduação disponibilizados no formato de EaD.
A Extensão também avançou e aproximou a Universidade da sociedade, levando serviços de qualidade gratuitos à população. Os projetos extensionistas tornaram a UEPB uma Universidade sem muros e sem fronteiras, acessível a todos. Os conhecimentos produzidos em sala de aula se transformaram em ações concretas nas áreas da Saúde, Meio Ambiente, Educação, Comunicação, Cultura, Direito Humanos, Tecnologia e Trabalho. Ao todo, a extensão conta com 33 Programas e 456 Projetos. Em média, 993 professores e 1.812 estudantes estão envolvidos nas atividades extensionistas, além de mais de 600 projetos de Iniciação Científica em plena execução.
Sustentabilidade, preservação dos recursos nacionais, inclusão, igualdade racial, dignidade, defesa dos direitos humanos, promoção da equidade étnico-racial, cuidado com o meio ambiente, justiça social e realização de sonhos, são marcas da Instituição e motivos de celebração neste 15 de março.
Texto: Severino Lopes
Fotos: Codecom
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