Ação educativa chama atenção para uma nova mentalidade no combate à violência contra as mulheres

25 de novembro de 2022

Reflexão, busca por uma nova mentalidade humanitária e menos machista. Sem qualquer tipo de agressão ou violência, seja ela física ou psicológica. Conscientização, disseminação de informação em meio a uma avalanche de dados que ainda preocupam. Apesar da existência de inúmeras campanhas e do advento de leis que punem com rigor os agressores, a violência contra a mulher ainda é uma realidade dolorosa, cruel e covarde no Brasil.

Como forma de contribuir para mudar esse cenário e devolver a paz que as mulheres almejam, estudantes e professores do curso de Serviço Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em parceria com o Observatório do Feminicídio da Paraíba Bríggida Lourenço, e do Centro Estadual de Referência da Mulher Fátima Lopes, realizaram, na manhã desta sexta-feira (25), uma ação voltada para o combate contra a violência doméstica.

A ação, realizada no térreo da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, no Câmpus de Bodocongó, e que também contou com a participação do Centro Acadêmico de História, fez parte da programação alusiva ao Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. A atividade teve como objetivo sensibilizar os transeuntes e a comunidade universitária sobre os maus-tratos contra as mulheres, meios de acolhimento, centros de referência e modos de denúncia.

A ação contou com roda de conversas, a exposição “As Várias Faces da Violência Doméstica”, distribuição de panfletos e a apresentação de estatísticas mostrando que a violência contra a mulher ainda tem patamares inaceitáveis. Uma equipe multiprofissional formada por assistentes sociais, psicólogas, advogados e educadoras sociais também participou da ação, tirando dúvidas das mulheres. Coordenadora do Observatório do Feminicídio da UEPB, a vice-reitora da Instituição, a professora Ivonildes Fonseca destacou a importância da iniciativa. Ela lembrou que a ação também fez referência ao movimento “16 dias do ativismo contra a violência às mulheres”. “É mais uma ação dentro da UEPB pela movimentação a essa construção de uma nova mentalidade em relação às mulheres”, explicou.

Professora Ivonildes ainda ressaltou que a violência contra as mulheres é um fenômeno cultural, histórico, que vem desde a formação da humanidade e está presente nas sociedades com características diferenciadas. Para ela, o contexto em que as mulheres são vítimas de violência apresentam características peculiares. “O quadro de violência que nós temos no Brasil não é o mesmo de alguns países que têm uma situação econômica desenvolvida, onde as mulheres já protagonizam ações no mercado de trabalho, por exemplo”, observou.

A professora Patrícia Crispim, do curso de Serviço Social e uma das organizadoras do evento, explicou que um dos focos da ação foi dar visibilidade a essa temática junto a comunidade universitária, principalmente através da exposição que mostra que a violência contra a mulher acontece tanto dentro como fora de casa. “O principal objetivo desta atividade é sensibilizar docentes, discentes e técnico-administrativos da UEPB no sentido de mostrar que quanto mais a gente fala sobre isso, sobre os direitos humanos e a preservação da vida, se colabora para combater a violência”, enfatizou.

Coordenadora do Centro Estadual de Referência da Mulher Fátima Lopes, Lisânia Monteiro, destacou a importância da ação que surge a partir do campo de estágio do curso de Serviço Social, com a proposta de trazer para a Universidade um espaço itinerante de debate, com foco na visibilidade ao que é a violência de gênero. Ele enfatizou que esse tipo de ação violenta atinge as mulheres negras, brancas, rurais, com deficiência, trans e bissexuais, física e psicológica. “A ideia é atrair os docentes e discentes para chamar a atenção para essa problemática e dizer que a Universidade também é um espaço de discussão, de debate, de reflexão na perspectiva de que a gente tenha uma geração futura que elimine essa violência”, disse.

Desde 1999, Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece o dia 25 de novembro como o dia para combater a violência contra as mulheres mundialmente.

Texto e fotos: Severino Lopes