Base da UEPB em Barra de Mamanguape é espaço de apoio logístico para projetos de ensino, pesquisa e extensão

Base da UEPB em Barra de Mamanguape é espaço de apoio logístico para projetos de ensino, pesquisa e extensão
27 de março de 2024

O que vem à mente quando você pensa em Barra de Mamanguape? Peixe-boi, sol, praia? Além disso, o local é rico em fauna e possui uma comunidade com raízes antigas. Por isso, há muitos anos é um espaço que vem servindo para atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade Estadual da Paraíba. Na última semana, um grupo de professores, pesquisadores e estudantes visitaram a Base da UEPB em Barra de Mamanguape, distrito de Rio Tinto – PB. O espaço, prestes a ser oficialmente inaugurado, funciona como base de apoio logístico a pesquisadores que desenvolvem importantes estudos na área.

O grupo saiu de Campina Grande na quinta-feira (21), com o objetivo de fazer imagens e entrevistas que servirão para divulgação científica de um projeto coordenado pelo professor André Pessanha, do Departamento de Biologia do Câmpus I e do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação (PPGEC). Porém, a viagem serviu ainda para coleta de entrevistas, contato da UEPB com a população local e realização de atividades de projeto de extensão da Universidade.

O professor André Pessanha é o coordenador de um grupo que atua em diferentes pesquisas, financiados com recursos oriundos de emenda impositiva do ex-deputado estadual Buba Germano, então presidente da Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia e Inovação na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Fazem parte ainda deste grupo de pesquisadores a professora Karla Luna, do Departamento de Biologia do Câmpus I, e Sibelle Barros, professora do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Saúde (PPGPS); bem como estudantes de Iniciação Científica e pós-graduação, orientandos que também estiveram presentes na visitação. Também acompanharam a visita integrantes do grupo de extensão “Comunicando cidades e universidade: jornalismo e informação intercâmpus”, o Intercâmpus UEPB.

Base UEPB
A Barra de Mamanguape também é, há vários anos, local de pesquisa de outros professores da UEPB e de outros projetos de programas de pós-graduação. Por causa disso, a Universidade buscava um ponto de apoio para pesquisa e pesquisadores, uma vez que o acesso ao distrito não é sempre fácil, é composto de cerca de 30 quilômetros de estrada de barro, que fica ainda mais difícil quando chove. Em 2015, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal ligado ao Ministério do Meio Ambiente, propôs uma parceria com a universidade: a cessão de seu espaço para a UEPB. O local, porém, precisaria de reforma. Mais sobre essa parceria pode ser lida aqui.

Em resumo, desde que a parceria foi firmada, a Universidade reformou o lugar, que está praticamente pronto e prestes a ser inaugurado. Possui uma funcionária atuando no local e já recebe estudantes e pesquisadores. A cessão começou a partir da assinatura de documento, ocorrido em 2023, e tem validade por 10 anos.

Barra de Mamanguape
Anteriormente à sua criação, a região era terreno de caça e pesca dos índios potiguaras e de populações ribeirinhas e tornou-se oficialmente distrito em 1963. Parte dessa área é uma reserva extrativista marinha, ou seja, uma Área de Proteção Ambiental (APA) criada pelo decreto-lei nº 924, em 1993.

Com o intuito de proteger o peixe-boi-marinho e o ecossistema de manguezal, foi criada, em 1993, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape. Sobretudo por causa da caça indiscriminada, essa espécie é hoje o mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. O local foi identificada como a principal área de ocorrência do peixe-boi marinho da costa brasileira.

O distrito possui cerca de 1.500 habitantes e Rio Tinto, por tua vez, cerca de 25 mil, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tem uma quantidade significativa de população indígena. As comunidades situadas na APA da Barra do rio Mamanguape sobrevivem da pesca, agricultura e extrativismo, porém, trabalham também com turismo e nas usinas de cana-de-açúcar e álcool localizadas nas proximidades.

Confira na parte dois da reportagem, mais sobre alguns projetos desenvolvidos em Barra de Mamanguape.

Texto e fotos: Juliana Rosas