Clínica Escola de Fisioterapia retorna atividades de forma excepcional e apenas com pacientes já cadastrados

7 de outubro de 2021

A Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) retomou o atendimento à população, ainda que de forma gradual e seguindo um rigoroso protocolo de biossegurança. O retorno das atividades é em caráter excepcional e com a Clínica funcionando em sua capacidade mínima de atendimento, dando prioridade aos estágios supervisionados para os alunos concluintes dos últimos dois semestres.

Para isso, estão sendo observados os protocolos de biossegurança da Comissão Interdisciplinar de Atenção Integral à Saúde e Segurança do Trabalhador (CIAST), das comissões de Biossegurança dos Cursos e o Comitê de Contingência de Crise da UEPB. Neste retorno, estão funcionando com a capacidade reduzida os setores de Traumato-Ortopedia Reumatologia e Geriatria (TORG), Neurologia, Ginecologia e Obstetrícia, e Cardiorrespiratória.

O diretor da Clínica, professor Ciro Franco de Medeiros Neto, enfatizou que o atendimento está sendo feito nos pacientes que já estavam sendo acompanhados pelos alunos antes da suspensão das atividades práticas no local. Ele ressaltou que no momento a Clínica não está recrutando novos pacientes, mas apenas atendendo aqueles que já estavam cadastrados na lista de espera. A Clínica Escola de Fisioterapia tem uma média de mil pacientes na lista de espera, aguardando normalização dos serviços para iniciarem o atendimento.

O local recebe pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas diferentes áreas de reabilitação da Fisioterapia, de segunda a sexta-feira. Em tempos normais de atendimento, em média, cerca de 100 pacientes são atendidos, mas devido a pandemia cada setor está atendendo apenas quatro pessoas por turno. Para ter acesso à Clínica, os pacientes precisam obrigatoriamente estar vacinados contra a Covid-19. Os alunos e professores também foram testados e vacinados e seguem todos os protocolos preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Todos os alunos e professores do Departamento de Fisioterapia passaram por treinamentos que tinham como objetivo discutir e direcionar a respeito das NR-32 (Norma regulamentadora ABNT) e normas em geral para uso de Equipamentos de proteção individual (EPIs), trazendo maior segurança para retorno das atividades. O coordenador explicou que a Clínica recebeu os primeiros pacientes na primeira semana de julho. Para isso, foi realizada uma triagem de acordo com a gravidade das solicitações.

Segundo a professora Nadja Oliveira, presidente do Comitê Covid-19 na UEPB, os protocolos estão sendo seguidos para que essas atividades sejam realizadas. “Como Comitê de Contingenciamento vamos trabalhando diuturnamente para cumprir nossa missão na Instituição de orientarmos estudantes, técnicos e docentes, de acordo com as normas sanitárias vigentes no Brasil e no mundo. Também somos pautados pelos decretos estaduais e municipais para que tenhamos um retorno seguro, gradual e que atenda aos protocolos de biossegurança para não colocarmos em risco a saúde e a vida das pessoas que fazem a UEPB”, disse.

A professora Giselda Félix Coutinho, chefe de Departamento de Fisioterapia, explicou que o atendimento está sendo realizado de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e da tarde, em horários alternados e com pacientes devidamente agendados para evitar aglomerações. O atendimento é feito por alunos estagiários do último período do curso com a supervisão dos professores.

Recuperação de paciente
Em meio ao caos pandêmico, as incertezas e o medo, algumas histórias de esperança surgiram na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB. Uma das pacientes que surpreendeu a equipe é a servidora da Universidade, Josilene Teodósio de Oliveira, técnica em segurança de trabalho, que inclusive ajudou os profissionais da Clínica no processo de adaptação para o retorno das atividades.

Josilene foi diagnosticada com fibromialgia, uma patologia reumática que afeta os músculos e causa dor difusa, e ainda muda de local com bastante frequência. Ela é atendida desde 2017 na Clínica. A recuperação, fruto do atendimento humanizado da equipe surpreendeu a todos e emocionou os alunos e professores. Por se tratar de uma patologia sindrômica, ela está associada a outros sintomas como fadiga, alterações do sono, distúrbios intestinais e alterações emocionais como ansiedade e depressão.

A professora Marlem Oliveira Moreira explica que muitos pacientes possuem gatilhos capazes de desencadear o aumento súbito das queixas dolorosas. A ideia é encontrar esses gatilhos e ensinar o paciente a controlar cada um deles, conquistando o controle da patologia e dos sinais e sintomas dolorosos. As estudantes Maria Vitória Rodrigues Ramos, Danielle Nascimento Sobreira, e o estudante Igor André Barbosa Diniz que deram a alta terapêutica para a paciente, ficaram muito emocionados e relataram que foi uma das melhores experiências no curso.

Desde o ano passado a UEPB vem se preparando para a retomada segura das atividades práticas na Instituição, inclusive, adaptando alguns setores para assegurar o cumprimento dos protocolos de segurança. Compra de equipamentos, adaptação às estruturas dos câmpus e a certificação de todos os protocolos de biossegurança foram algumas das medidas que possibilitaram o retorno das aulas práticas na Universidade para os estudantes concluintes.

Teto: Severino Lopes