Inovatec recebe carta patente sobre produto alimentício e deposita mais duas invenções junto ao INPI
A Coordenadoria de Inovação Tecnológica (Inovatec) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) compartilha a conquista de mais uma carta patente aprovada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Nas últimas semanas, o setor também depositou mais duas patentes junto ao INPI. A patente trata de um produto a base de mandacaru com propriedade funcional e os depósitos são um sistema de dessalinização solar e um produto farmacêutico.
A patente, registrada sob o número BR 10 2019 020446-0 e intitulada “Produto a base de mandacaru suplementada com prebiótico e seu processo de produção”, foi desenvolvida pela professora Flávia Carolina Alonso Buriti, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), em colaboração com os discentes Isadora Kaline Camelo Pires de Oliveira Galdino e Gabriel Monteiro da Silva.
A patente trata de um produto a base de mandacaru com propriedade funcional caracterizado por fruto do mandacaru como fontes de compostos antioxidantes e fibra alimentar prebiótica como fonte de fibra alimentar solúvel em seu processo de fabricação. A tecnológica apresenta-se como uma alternativa para linha de alimentos funcionais com fonte de fibra, podendo ser utilizada na saborização de produtos lácteos, utilizados como sobremesa, queijos e sorvetes. É também uma alternativa para o melhor aproveitamento do fruto, gerando renda para pequenos produtores e agroindústria, aumentando a valorização de produtos regionais.
De acordo com os inventores, atualmente, diversos estudos estão sendo realizados para melhorar a qualidade nutricional dos alimentos e uma das alternativas é a adição de novos ingredientes aos produtos alimentares. Assim, a patente foi desenvolvida com a finalidade de obter um alimento funcional alternativo, de propriedades antioxidantes, suplementada com prebiótico e contribuir para o melhor aproveitamento do fruto do mandacaru, trazendo potenciais benefícios para a população.
Depósito de patentes
Ao realizar um depósito de patente junto ao INPI, a Inovatec submete as invenções que irão averiguar seus reais ineditismo e inovação. Foi realizado depósito de uma tecnologia que se insere no campo da Engenharia Química, Engenharia Sanitária e Ambiental. Trata-se de um sistema de dessalinização solar construído inteiramente por peças acopláveis, projetado para se tornar um produto comercial, de fácil transporte e simples instalação, já contando com todos os dispositivos essenciais ao seu funcionamento, inclusive o tanque de água salobra.
Esta patente compreende um duplo sistema de calhas de coleta em ângulo de inclinação, o que maximiza o fluxo de coleta de condensado, diminuindo a perda de condensado dentro do sistema. O dessalinizador foi projetado para captar energia solar e operar em direção horizontal com inclinação, já incluindo um tanque para armazenamento da água salobra. Assim, o sistema opera inteiramente por ação da gravidade, dispensando o uso de bombas ou energia elétrica.
A patente foi desenvolvida em cotitularidade entre a UEPB e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), destacando-se como resultado das pesquisas realizadas no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, através do professor Carlos Antônio Pereira de Lima, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA), as discentes Camylla Barbosa Silva e Karyna Steffane da Silva, além da importante colaboração da professora Keila Machado de Medeiros, da UFRB.
A outra patente depositada vem do setor farmacêutico. A tecnologia busca aprimorar a administração de fármacos na cavidade vulvovaginal, resolvendo desafios comuns enfrentados pelas formulações convencionais. Atualmente, medicamentos para essa região são frequentemente administrados por meio de géis, anéis vaginais, óvulos, comprimidos e cápsulas.
No entanto, tais opções apresentam limitações, como desconforto, baixa uniformidade na dosagem, biodisponibilidade reduzida e risco de extravasamento, especialmente no caso de cremes e géis. Além disso, o curto tempo de retenção na mucosa vaginal exige que a administração seja feita com maior frequência, o que pode comprometer a eficácia do tratamento.
Nesse cenário, o uso de nanopartículas na administração vulvovaginal surge como uma solução promissora, especialmente no tratamento da candidíase. A tecnologia desenvolvida visa otimizar a aplicação dos fármacos ao aumentar sua estabilidade e biodisponibilidade, permitindo a produção em larga escala com maior eficiência. Assim, os nanocarreadores despontam como uma alternativa viável para o transporte de medicamentos, atendendo às necessidades comerciais e clínicas.
A patente é resultado das pesquisas desenvolvidas no Departamento de Farmácia, pelo professor João Augusto Oshiro Junior, do PPGCF, em colaboração com os discentes Sara Efigênia Dantas de Mendonça e Araújo e José de Oliveira Alves Júnior.
Texto: Juliana Rosas
Fotos: Divulgação (Arquivo Pessoal)
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