Museu de Arte Popular da Paraíba celebra 10 anos como referência cultural do Nordeste
Em 13 de dezembro de 2012 os moradores de Campina Grande viram surgir, orgulhosos, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), incrustrado no maior cartão postal da cidade. Autoridades estaduais e municipais, intelectuais e admiradores do fazer criativo no município estiveram presentes à inauguração. Grandes artistas, claro, também apareceram por lá. Foi o caso, por exemplo, de Manoel Monteiro [1937-2014]: o bardo supremo da Rainha da Borborema fez questão de homenagear o MAPP na ocasião, com a escrita e declamação de um poema.
Exatamente 10 anos depois – com direito a bolo inspirado na arquitetura do prédio, que é assinado por Oscar Niemeyer – foi festejado o aniversário do Museu. Apresentada por Natália Passos, a solenidade contou com a vice-reitora da UEPB, professora Ivonildes Fonseca; o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva; o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade; e a pró-reitora adjunta de pós-graduação, professora Nadja Oliveira.
Figuraram à oportunidade, também, Roninho do Acordeon, representando os artistas da sanfona; o diretor do Museu de História da Paraíba, professor Chico Pereira, que inclusive capitaneou o projeto museal do MAPP, em seu nascedouro, e por muito tempo respondeu tanto pela gestão do local, como pela curadoria da sala de Artesanato; a secretária de Cultura de Campina Grande, Giseli Sampaio; e o diretor do Teatro Municipal Severino Cabral, Carlos Alan Peres.
Abrindo o evento, em sua fala, a vice-reitora destacou a crescente relevância conquistada pelo Museu, ao longo do tempo, e como ele é um instrumento necessário na cidade, já fazendo parte da identidade de Campina, por agregar e valorizar a arte regional. A professora Ivonildes enfatizou, além disso, o papel da arte na educação, como agente que liberta e possibilita a independência do pensamento.
O professor Chico Pereira ressaltou a emoção de celebrar uma década daquele espaço, posto que acompanhou o empreendimento desde o começo. “É uma alegria imensa vivenciar esse momento e parece que foi ontem que nós estávamos aqui, inaugurando este edifício, que é uma escultura maravilhosa de concreto e vidro. Certamente, daqui há 100 anos ele continuará sendo um exemplo de arquitetura contemporânea, mas, mais do que isso, representa para Campina algo sumamente valioso, a cultura popular, nosso forró, o artesanato e o cordel”, explicou.
Em sua fala, o diretor do MAPP fez uma breve explanação histórica sobre o Museu, passando pelas gestões dos reitores Marlene Alves e Antonio Guedes Rangel Júnior. O professor Pereira apontou, igualmente, a importância do MAPP no cenário nacional, o expressivo número de atividades culturais desenvolvidas no local, bem como o grande número de artistas laureados no espaço e a intensa visitação. Entre os desafios, para os próximos anos, o diretor elencou tornar o Museu ainda mais popular, promover um maior diálogo com os artistas, planejar e concretizar mais ações que interajam com o dia a dia da cidade e do Estado.
A noite dispôs de várias apresentações artísticas, com exibições de dança pelo Grupo Raízes, e musicais, com Caio César, Edglei Miguel, João Batista, Erivan Ferreira, Luizinho Calixto, Iuri Ruan e Viviane Ramos.
Entre o público que compareceu à solenidade, pode-se destacar a técnica administrativa Guia Matos, presença no Museu desde o surgimento dele; o coordenador do Fórum Nacional do Forró de Raiz, Alfranque Amaral; os curadores da área de Cordel do MAPP, Joseilda Diniz e Alfrânio de Brito; e a professora Rebeca Souza, uma das curadoras da atual exposição do MAPP, “A Feira de Campina Grande: Poéticas e Imaginários”.
E, ainda, o diretor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), professor Laplace Guedes Alcoforado; o coordenador de comunicação, Hipólito Lucena; a professora Lígia Pereira; o diretor do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, Agnaldo Barbosa; a diretora do Centro Artístico da UEPB, Patrícia Lucena; o Mestre João Calixto; a poetisa Aparecida Pinto; e o jornalista e pesquisador Xico Nóbrega.
Programação
E as celebrações de aniversário do MAPP continuam até o sábado (17). Estão previstas, na quinta-feira (15), uma performance teatral com o ator Chico Oliveira, às 18h; o lançamento do livro “Paulo Freire em Quadrinhos”, da escritora Thuca Kércia, às 19h; uma exibição musical com o Grupo Fratelli (Piano, Flauta e Voz) e uma menção honrosa feita à Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) pelo 1º lugar do Prêmio ABEU 2022, pela trilogia “Cartas a Paulo Freire: escritas por quem ousa esperançar”, às 20h.
Na sexta-feira (16), a partir das 18h, ocorrerá o projeto “Sextas Musicais” e em seguida o “Palco do Choro”. Já no sábado (17), terá vez o “Cordel no Museu”, com o Grupo Sarau Nordeste e Verso, às 10h, e diversas apresentações de dança, com grupos como o Acauã da Serra e o Ariús, às 19h.
Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Paizinha Lemos e Mahatma Vieira
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