Museu de Arte Popular da Paraíba celebra 10 anos como referência cultural do Nordeste

Museu de Arte Popular da Paraíba celebra 10 anos como referência cultural do Nordeste
14 de dezembro de 2022

Em 13 de dezembro de 2012 os moradores de Campina Grande viram surgir, orgulhosos, o Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), incrustrado no maior cartão postal da cidade. Autoridades estaduais e municipais, intelectuais e admiradores do fazer criativo no município estiveram presentes à inauguração. Grandes artistas, claro, também apareceram por lá. Foi o caso, por exemplo, de Manoel Monteiro [1937-2014]: o bardo supremo da Rainha da Borborema fez questão de homenagear o MAPP na ocasião, com a escrita e declamação de um poema.

Exatamente 10 anos depois – com direito a bolo inspirado na arquitetura do prédio, que é assinado por Oscar Niemeyer – foi festejado o aniversário do Museu. Apresentada por Natália Passos, a solenidade contou com a vice-reitora da UEPB, professora Ivonildes Fonseca; o diretor do MAPP, professor José Pereira da Silva; o pró-reitor de Cultura, professor José Cristóvão de Andrade; e a pró-reitora adjunta de pós-graduação, professora Nadja Oliveira.

Figuraram à oportunidade, também, Roninho do Acordeon, representando os artistas da sanfona; o diretor do Museu de História da Paraíba, professor Chico Pereira, que inclusive capitaneou o projeto museal do MAPP, em seu nascedouro, e por muito tempo respondeu tanto pela gestão do local, como pela curadoria da sala de Artesanato; a secretária de Cultura de Campina Grande, Giseli Sampaio; e o diretor do Teatro Municipal Severino Cabral, Carlos Alan Peres.

Abrindo o evento, em sua fala, a vice-reitora destacou a crescente relevância conquistada pelo Museu, ao longo do tempo, e como ele é um instrumento necessário na cidade, já fazendo parte da identidade de Campina, por agregar e valorizar a arte regional. A professora Ivonildes enfatizou, além disso, o papel da arte na educação, como agente que liberta e possibilita a independência do pensamento.

O professor Chico Pereira ressaltou a emoção de celebrar uma década daquele espaço, posto que acompanhou o empreendimento desde o começo. “É uma alegria imensa vivenciar esse momento e parece que foi ontem que nós estávamos aqui, inaugurando este edifício, que é uma escultura maravilhosa de concreto e vidro. Certamente, daqui há 100 anos ele continuará sendo um exemplo de arquitetura contemporânea, mas, mais do que isso, representa para Campina algo sumamente valioso, a cultura popular, nosso forró, o artesanato e o cordel”, explicou.

Em sua fala, o diretor do MAPP fez uma breve explanação histórica sobre o Museu, passando pelas gestões dos reitores Marlene Alves e Antonio Guedes Rangel Júnior. O professor Pereira apontou, igualmente, a importância do MAPP no cenário nacional, o expressivo número de atividades culturais desenvolvidas no local, bem como o grande número de artistas laureados no espaço e a intensa visitação. Entre os desafios, para os próximos anos, o diretor elencou tornar o Museu ainda mais popular, promover um maior diálogo com os artistas, planejar e concretizar mais ações que interajam com o dia a dia da cidade e do Estado.

A noite dispôs de várias apresentações artísticas, com exibições de dança pelo Grupo Raízes, e musicais, com Caio César, Edglei Miguel, João Batista, Erivan Ferreira, Luizinho Calixto, Iuri Ruan e Viviane Ramos.

Entre o público que compareceu à solenidade, pode-se destacar a técnica administrativa Guia Matos, presença no Museu desde o surgimento dele; o coordenador do Fórum Nacional do Forró de Raiz, Alfranque Amaral; os curadores da área de Cordel do MAPP, Joseilda Diniz e Alfrânio de Brito; e a professora Rebeca Souza, uma das curadoras da atual exposição do MAPP, “A Feira de Campina Grande: Poéticas e Imaginários”.

E, ainda, o diretor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), professor Laplace Guedes Alcoforado; o coordenador de comunicação, Hipólito Lucena; a professora Lígia Pereira; o diretor do Grupo de Tradições Populares Acauã da Serra, Agnaldo Barbosa; a diretora do Centro Artístico da UEPB, Patrícia Lucena; o Mestre João Calixto; a poetisa Aparecida Pinto; e o jornalista e pesquisador Xico Nóbrega.

Programação
E as celebrações de aniversário do MAPP continuam até o sábado (17). Estão previstas, na quinta-feira (15), uma performance teatral com o ator Chico Oliveira, às 18h; o lançamento do livro “Paulo Freire em Quadrinhos”, da escritora Thuca Kércia, às 19h; uma exibição musical com o Grupo Fratelli (Piano, Flauta e Voz) e uma menção honrosa feita à Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB) pelo 1º lugar do Prêmio ABEU 2022, pela trilogia “Cartas a Paulo Freire: escritas por quem ousa esperançar”, às 20h.

Na sexta-feira (16), a partir das 18h, ocorrerá o projeto “Sextas Musicais” e em seguida o “Palco do Choro”. Já no sábado (17), terá vez o “Cordel no Museu”, com o Grupo Sarau Nordeste e Verso, às 10h, e diversas apresentações de dança, com grupos como o Acauã da Serra e o Ariús, às 19h.

Texto: Oziella Inocêncio
Fotos: Paizinha Lemos e Mahatma Vieira