Projeto Zika UEPB inicia etapa de distribuição de repelentes naturais na cidade de Junco do Seridó

Projeto Zika UEPB inicia etapa de distribuição de repelentes naturais na cidade de Junco do Seridó
15 de setembro de 2021

Com unidades de experimentos implantadas nos municípios de Tenório, Olivedos e Junco do Seridó, que integram o Consórcio São Saruê, o Projeto Zika UEPB, desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), entrou em nova fase. Os integrantes da iniciativa começaram a distribuição de repelentes naturais produzidos nos canteiros das hortas orgânicas do projeto, usados para controle das arboviroses. O primeiro município a iniciar a distribuição coletiva dos repelentes foi em Junco do Seridó.

Inicialmente, a distribuição aconteceu em uma ação da Secretaria de Saúde do Município junto aos usuários do Programa Bolsa Família da cidade. O kit é composto por um frasco com repelentes, além de um manual de instrução dando dicas de como o produto pode ser feito de forma caseira. Os outros municípios ainda estão na fase de produção do repelente.

Esta é a 5ª fase do projeto, que começou com a instalação das unidades demonstrativos, também chamados de Laboratórios Vivos, e ainda o plantio, cultivo de mudas de plantas, realização de oficinas com a formação de professores, técnicos e agentes de saúde, e a produção dos repelentes. Coordenador do projeto, o professor Cidoval Morais, explicou que essa nova etapa consiste na parte prática do Projeto Zika, que nasceu com a finalidade de propor uma metodologia alternativa de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.

O professor Cidoval explicou que nestes cinco anos o projeto tem procurado estabelecer a integração dos setores de Educação e Saúde no controle e prevenção das arboviroses. Conforme ele explicou, está sendo desenvolvido em várias etapas e com aceitação da comunidade e demais atores envolvidos. A primeira fase do projeto consistiu na escutatória da comunidade, seguido da construção de um programa de formação para ampliar o debate valorizando os saberes e conhecimentos, e ainda agregando aos saberes técnicos científicos da universidade.

Após percorrer essas etapas, o projeto seguiu para a construção de ações concretas de uso dos saberes, que consistiu na expansão dos laboratórios através do cultivo e distribuição das mudas às comunidades para reprodução. Nessa fase, aconteceram a implantação dos Laboratórios Vivos de produção dos repelentes nos três dos 12 municípios que integram o Consórcio. Depois, o projeto chegou a 4ª etapa com o aprofundamento dos experimentos e enfrentamento do controle do mosquito, avançando ainda mais com a distribuição dos repelentes.

“Nesta etapa, aconteceu o estabelecimento de um protocolo de uso integrado das unidades. Isso porque esses Laboratórios Vivos só existem a partir do uso e o envolvimento coletivo da comunidade que se dispõe a utilizá-los como um instrumento pedagógico e de transformação. O Laboratório Vivo não é simplesmente uma horta, mas um espaço de aprendizado e ao mesmo tempo de ação prática para o enfrentamento de situações da realidade crítica que se quer mudar”, observou.

O Professor Cidoval lembrou que os professores, as crianças e os agentes de combate às endemias envolvidos nesta etapa do projeto, conhecem a realidade da região e a partir disso aprenderam sobre o desenvolvimento de plantas, estudando sobre o potencial delas para controle das doenças, repelir pragas e pestes, seguindo as diretrizes das práticas agroecológicas. Como resultado de todo o estudo e dos processos coletivos de formação nas oficinas, foram produzidos repelentes à base de citronela, que estão sendo distribuídos nas escolas com as famílias cadastradas no Programa Bolsa Família.

Texto: Severino Lopes
Fotos: Divulgação