Campanha promove reflexão sobre a violência contra a mulher

As mulheres querem viver! Sem violência doméstica. Sem importunação sexual. Sem feminicídio. O observatório da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que leva o nome de uma professora da Instituição assassinada pelo então companheiro quer, com sua mais recente campanha, levar a sociedade a se conscientizar sobre direitos das mulheres. Entre as atividades do Observatório do Feminicídio da Paraíba Bríggida Lourenço, está a de adotar políticas internas que favoreçam a implementação de projetos de pesquisa, extensão e estratégias de indução direcionadas à temática violência de gênero.

Lançada em junho de 2022, a campanha “As mulheres querem viver sem violência doméstica, sem importunação sexual e sem feminicídio”, visa produzir em mulheres e homens uma consciência de valorização da vida e banimento de todo o tipo de violência, seja física, sexual ou psicológica. A iniciativa procura chamar a atenção das mulheres para denunciar práticas de violência e recorrer a redes de atendimento e proteção existentes no estado paraibano.

Ao lançar esta campanha, a UEPB cumpre sua função social e contribui para mais discussões e reflexões sobre a violência contra a mulher. A equipe do Observatório do Feminicídio afirma que a Universidade é responsável por trazer à tona este debate, porém, trabalha para que tais discussões ganhem a esfera pública. Na sala de aula, estudantes obtêm informações verdadeiras sobre fatos, números, causas e consequências da violência contra a mulher e a partir disso, podem iniciar debates nas esferas privadas e profissionais com conhecimento e responsabilidade.

A violência de gênero não é pontual ou de exclusividade da esfera jurídica. Ela é sistêmica, ubíqua e diz respeito a toda sociedade. Casos chocantes, como os de violência hospitalar e obstétrica, ao contrário do que muitas pessoas possam imaginar, são frequentes e contínuos, porém, raramente combatidos justamente por estarem encobertos pelo silêncio. Campanhas como esta são um chamamento à população, para além das mulheres que sofrem agressão. O problema da violência não é apenas da mulher que sofre abuso, mas é uma responsabilidade social.

Criada em 2019, por meio da Comissão de Direitos Humanos da UEPB, o Observatório do Feminicídio levou o nome da professora Bríggida Rosely de Azevedo Lourenço, que lecionava no Curso de Arquivologia, no Câmpus V, em João Pessoa, e foi vítima de feminicídio em 2012, assassinada pelo então companheiro que não aceitou o fim do relacionamento. Um motivo ignóbil, porém, muito frequente no Brasil.

Em 2021, ações do Observatório incluíram formação continuada, mesas redondas, webinários, cursos de capacitação e debates. Em 2022, entre as atividades promovidas e planejadas estão cursos de formação, aula inclusiva e lançamento da campanha “As mulheres querem viver”.

Se você conhece alguma mulher que sofre violência, não se cale. Se você sofre violência, busque ajuda.

Telefones úteis:
123 – Denúncia e monitoramento (estadual)
180 – Central de atendimento à mulher (nacional)
190 – Polícia militar/emergência
197 – Polícia civil/denúncia

Conheça o site do Observatório: https://observatoriodofeminicidio.uepb.edu.br/.

Texto: Juliana Rosas