Universidade Estadual recebe programação do 18º Encontro Interestadual da Escola de Capoeira Afro Nagô

26 de agosto de 2022

Da próxima quinta-feira (1º) até o sábado (3), acontece em Campina Grande o 18º Encontro Interestadual da Escola de Capoeira Afro Nagô. O evento contará com uma vasta programação, sendo boa parte dela sediada na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A iniciativa tem entrada franca e dispõe do apoio da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da Instituição.

A abertura ocorrerá às 19h, no Auditório I da Central de Integração Acadêmica Paulo Freire, com uma homenagem às mulheres negras que possuem uma reconhecida atuação na cultura, religião e na política paraibana. Serão laureadas na oportunidade, Dona Edite, cirandeira do Quilombo Caiana dos Crioulos (situado em Alagoa Grande-PB), a vereadora Jô Oliveira e a ialorixá Suênia Fragoso. A ocasião será finalizada com uma apresentação da Escola de Capoeira Afro Nagô.

Já na sexta-feira (2), a programação se dará das 19h às 21h, no Centro Artístico Cultural (CAC) da UEPB, com uma roda de diálogo denominada “Capoeira e Educação”, com o Mestre Lucas (SE) e o Contramestre Tchê (PE). No sábado (3), no Cine São José, das 9h às 13h, haverá a formatura do Contramestre Evaldo Morcego e troca de graduações. Encerrando o 16º Encontro Interestadual, à noite, acontecerá o evento “Coco no Quintal”, com diversas exibições musicais, no Bairro da Liberdade (à Rua Sergipe, n°265).

Danças e musicalidades
O CAC receberá, igualmente, a oficina “Coco de Roda da Paraíba, danças e suas musicalidades”, tendo como facilitador o Mestre Morcego, que também é percussionista e compositor. Direcionada a maiores de 12 anos, ela será realizada na sexta-feira (02), à tarde e à noite, e no sábado (3), no período vespertino.

A atividade, proposta pela Escola de Capoeira Afrô Nagô, sugere uma imersão no universo das brincadeiras populares afroindígenas da Paraíba, em especial o coco de roda, ciranda e toré. A oficina já foi compartilhada em alguns estados do Brasil, a exemplo de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Ceará, entre outros.

Sempre ressaltando a beleza dos gêneros envolvidos e os movimentos corporais que a música evoca, as preleções realçam, ainda, importantes expressões da cultura popular paraibana contemporânea, como a arte presente em Caiana dos Crioulos, no Conde (Coco de Roda Novo Quilombo) e em Cabedelo (Coco de Mestre Benedito).

Ademais, a abordagem da oficina, que dispõe de carga horária de 12 horas, tem como base a valorização da oralidade nas tradições populares. O proponente disponibilizará aos estudantes instrumentos destinados aos ritmos em questão. Assim, eles aprenderão o manuseio e o toque de cada um.

Mais sobre a Escola de Capoeira Afro Nagô
A Escola de Capoeira Afro Nagô é uma entidade sem fins lucrativos que desenvolve trabalhos com crianças, adolescentes e jovens, através da capoeira e das manifestações culturais afro-brasileiras, além de bibliotecas comunitárias. O objetivo principal do projeto é oferecer às comunidades menos favorecidas do ponto de vista financeiro, a oportunidade de aprimorar seus conhecimentos, com a utilização daquela prática centenária de arte e luta brasileira.

A ideia é, dessa forma, melhorar as relações sociais nos bairros e também influenciar positivamente, nos estudantes, aspectos como desempenho, frequência escolar e disciplina. Atualmente, em parceria com as instituições de ensino, o projeto atende uma média de 500 crianças, em diferentes locais da cidade.

O coletivo responsável pela Escola de Capoeira Afro Nagô busca manter as culturas do coco de roda em nosso Estado, por meio de apresentações musicais, pesquisas, visitas aos mestres e mestras, bem como trabalhando na disseminação dessas iniciativas, notadamente através da produção de eventos. Algumas atividades nesse sentido, criadas pelo coletivo, são o “Coco no Quintal”, “Tambor de Memórias” e “Caixote Poético”, além de outras ações voltadas ao ensino, como oficinas e minicursos. Outras informações podem ser adquiridas pelo telefone (83) 98850-9272 e pelo e-mail morcegoafronago67@gmail.com.

Texto: Oziella Inocêncio