Dois programas da UEPB são contemplados com R$ 1,3 milhão cada para impulsionar pesquisa, ampliar bolsas e mobilidade docente
Os Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR) e em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) foram contemplados com recursos totais de R$ 1,3 milhão cada, por meio do Programa de Redução de Assimetrias da Pós-Graduação (PRAPG), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os valores poderão ser aplicados na participação em eventos científico-acadêmicos, realização de visitas técnicas, concessão de bolsas para discentes e docentes, além da aquisição de equipamentos e custeio das atividades cotidianas dos programas.
Segundo o professor Rafael Albuquerque Xavier, coordenador do Mestrado em Desenvolvimento Regional, os recursos trouxeram uma nova perspectiva para o programa. “Os programas que receberam nota 3 em três avaliações consecutivas (como o PPGDR e o PPGCF) não só perderam bolsas, como também sofreram cortes do Programa de Apoio à Pós-Graduação (PROAP), que financia as atividades dos cursos e contribui para o fortalecimento acadêmico das instituições”, explicou.
Conforme a professora Nadja Oliveira, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UEPB, “o PRAPG é resultado da articulação do Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação junto à CAPES, com o objetivo de reivindicar o retorno do PROAP, a concessão de bolsas e a ampliação de investimentos em capital e custeio, visando à elevação dos conceitos dos programas. A UEPB participou ativamente dessas discussões, posicionando-se e atuando em defesa do restabelecimento dos financiamentos.
Os recursos e seus usos
Foi justamente o retorno do PROAP e a retomada das bolsas que assegurou investimentos significativos para cada programa. “Os recursos são divididos em duas partes: uma destinada à concessão de bolsas e outra ao repasse financeiro direto para o programa. Esse repasse financeiro direto totaliza R$ 80 mil, sendo distribuído em duas rubricas: R$ 40 mil para despesas de capital [bens e equipamentos] e R$ 40 mil para custeio [despesas cotidianas]”, detalhou o professor Rafael.
Com o investimento, o PPGDR conseguiu solucionar questões estruturais importantes, como a aquisição de computadores, uma televisão de 85 polegadas, com sistema móvel para uso em sala de aula, dois sistemas portáteis de armazenamento de dados, móveis adequados para as bancas de defesa de dissertação e um aparelho de ar-condicionado para o miniauditório onde essas defesas ocorrem.
Outro ponto importante destacado pelo professor Rafael Albuquerque foi a possibilidade de custear passagens aéreas para a participação dos alunos em eventos científicos. “Pode parecer simples, mas teve aluno de mestrado que viajou de avião pela primeira vez para participar de um evento, graças a esses recursos. Formamos uma comitiva para o Seminário Nacional de Desenvolvimento Regional, em Florianópolis, onde foram apresentados 13 trabalhos de forma presencial” e isso foi um marco no Mestrado de Desenvolvimento Regional”, enfatizou.
Quem também celebrou a conquista dos recursos, provenientes do edital do PRAPG, aprovado em 2023 e com vigência até 2028, foi o professor Harley da Silva Alves, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF). Como ele informou, “os recursos serão destinados à implantação do Laboratório de Cultura de Células e Pesquisas Microbiológicas e Parasitárias (LCMP). Com a verba de capital, já foi adquirida uma incubadora de CO₂ [dióxido de carbono]”, a qual permite o controle da temperatura, umidade e concentração do gás, essenciais para os experimentos.
Segundo o professor Harley, já os recursos de custeio serão aplicados, principalmente, na aquisição de materiais de consumo e insumos para o laboratório.
Bolsas
Embora os recursos destinados aos custos operacionais e à aquisição de bens e serviços sejam fundamentais para o bom funcionamento de um programa de pós-graduação, a maior parte dos investimentos do Programa de Redução de Assimetrias da Pós-Graduação (PRAPG), que pode atingir até R$ 1300.000,00, foi direcionada à concessão de bolsas.
Para o Professor Rafael Xavier, as bolsas são muito importantes para a permanência dos docentes nos programas e para que eles terminem suas pesquisas no tempo correto. “Existe um conjunto de bolsas que foram destinadas para o PPGDR usar com os seus docentes e com os seus discentes. Então, é para o próprio programa usar com seus professores e para os seus alunos. Ganhamos um outro conjunto de bolsas, que é para atrair professores de fora e pós-doutorandos que queiram vir para o programa. Conseguimos ainda bolsas para a comunidade externa vir para o PPGDR e bolsas para o PPGDR utilizar com seus alunos e professores. Neste programa, recebemos quatro bolsas para os alunos; elas têm a mesma duração, até 2028”, enfatizou.
O mesmo ocorre com o Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Além das quatro bolsas destinadas aos discentes, o programa também foi contemplado com outros auxílios importantes. “Recebemos uma bolsa de doutorado que pode ser convertida em quatro de estágio pós-doutoral para os professores do PPGCF, uma bolsa para professor visitante sênior no exterior (com duração entre três e 12 meses), uma para professor júnior no exterior (também entre três e 12 meses), uma bolsa para professor sênior do Brasil (12 meses), uma para professor sênior do exterior (12 meses) e duas bolsas de pós-doutorado, com vigência de 24 meses”, destacou.
O professor Rafael Xavier, do Mestrado em Desenvolvimento Regional, realçou que os recursos destinados às bolsas têm promovido um intercâmbio fundamental para o programa, ao fortalecer redes de colaboração acadêmica. “Cada vez que um professor realiza um pós-doutorado ou um pesquisador vem para cá, é criada uma rede de cooperação muito importante. No segundo semestre de 2024, a professora Ângela Ramalho fez um pós-doutorado na USP com a primeira bolsa utilizada. Agora é a vez do professor Leonardo Mota, que está na UFC, e já há previsão da saída do professor Cidoval Morais para seu pós-doutorado”, afirmou.
Com a bolsa de pós-doutorado, o programa passou a garantir maior mobilidade para os docentes, conforme explicou o professor Rafael Xavier. “Essa mobilidade era um ponto de avaliação negativa, pois o programa era considerado muito endógeno, com todos muito voltados para dentro, sem intercâmbio externo. Agora, estamos conseguindo mudar esse cenário”, afirmou.
Além das bolsas de pós-doutorado no país, o Programa de Redução de Assimetrias da Pós-Graduação (PRAPG) também disponibilizou duas bolsas para docentes realizarem atividades fora do Brasil. “Só que o nome não é pós-doutorado, é professor visitante no exterior, mas é o equivalente. Ele vai como professor visitante. Há duas categorias: sênior e júnior. A sênior é para o professor que concluiu o doutorado há mais de dez anos, e a júnior, para quem defendeu há menos de dez anos”, explicou o professor Rafael Xavier.
Essas bolsas, cujo valor varia conforme o país de destino. Para os países europeus cujas capitais são consideradas de alto custo de vida, há ainda um adicional, correspondente a um terço do valor da bolsa. “Além da bolsa mensal, o docente recebe um ‘enxoval’, equivalente ao valor de uma bolsa, que serve para ajudá-lo a se estabelecer na cidade de destino”, esclareceu Xavier.
Com os investimentos recebidos, que incluem bolsas para discentes, docentes e pesquisadores externos, tanto do Brasil quanto do exterior, os dois programas esperam elevar sua nota na próxima avaliação quadrienal da Capes, referente ao período de 2025 a 2028.
Como destacou o professor Harley Alves (PPGCF), “com base nas metas definidas no planejamento estratégico, a expectativa para o próximo quadriênio é alcançar a nota 4 na avaliação da CAPES. Esse avanço permitirá a abertura do curso de doutorado, o que deve resultar no aumento do número de discentes e docentes, na ampliação da participação em editais de fomento, na captação de mais recursos e na consolidação de parcerias com a iniciativa privada”, salientou.
Se utilizarem integralmente os recursos destinados ao Programa de Redução de Assimetrias da Pós-Graduação (PRAPG), especialmente no que se refere às bolsas para discentes e docentes, cada programa totalizará até R$ 1,3 milhão de investimentos.
📚 Quer ficar por dentro da Pós-graduação e da pesquisa na UEPB?
👉 Siga nosso perfil no Instagram e acompanhe todas as novidades, editais, eventos e muito mais!