Mestrado Profissional em Matemática da UEPB implementa política de bolsas para discentes cotistas

11 de junho de 2025

O Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat) da Universidade Estadual da Paraíba, (UEPB), instituiu uma política de cotas para concessão de bolsas aos estudantes da Turma 2025. A seleção dos candidatos contou com o apoio da Comissão de Heteroidentificação da universidade e seguiu as diretrizes da Resolução/UEPB/Consepe/022/2021, que estabelece a política de ações afirmativas para reserva de vagas na pós-graduação voltada a pessoas negras, indígenas, ciganas, quilombolas, pessoas trans (transexuais, travestis e transgêneros) e pessoas com deficiência (PCDs).

Atualmente, o Profmat conta com 52 estudantes regularmente matriculados e dispõe de 15 bolsas, distribuídas entre as da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ).

Segundo a professora Luciana Roze de Freitas, coordenadora do Profmat/UEPB,  para a turma de 2024, foram disponibilizadas 7 bolsas da CAPES e apenas uma da FAPESQ. Já para a turma de 2025, a conquista de mais 7 bolsas da Capes possibilitou a criação da política de bolsas para alunos cotistas. Ela ressaltou que o Profmat/UEPB segue o edital Nacional da Capes/Profmat para a seleção de bolsistas.

Com base nesse critério, “o colegiado aprovou a distribuição de 2 bolsas para cotistas e 5 para ampla concorrência. O processo de implementação das bolsas ainda está em andamento, mas, se tudo ocorrer conforme o previsto, dois alunos cotistas serão beneficiados. Pela primeira vez, o edital estabeleceu a reserva de, no mínimo, 20% das bolsas para candidatos autodeclarados de grupos historicamente sub-representados, como negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência”, enfatizou.

Segundo a professora Melânia de Farias, pró-reitora adjunta de Pós-Graduação e Pesquisa da UEPB e pesquisadora nas áreas de etnicidade, questões étnico-raciais, identidade negra, cultura, educação e políticas de ação afirmativa no ensino superior, iniciativas como as do Profmat são fundamentais para a redução das assimetrias na pós-graduação. “O quadro do ensino universitário no Brasil ainda revela históricas desigualdades sociais e expressa fortemente o racismo e tantas outras formas de preconceito e exclusão e as políticas de acesso ao ensino universitário voltadas para os grupos historicamente excluídos, seja por marcadores étnico-raciais, seja por marcadores sócio-históricos da diferença, bem como as políticas de permanência específica para esses grupos precisam ser não só consideradas, mas legitimadas, estimuladas e apoiadas”, enfatizou.

Ela comemorou a decisão do Profmat e espera que os demais programas se inspirem nesta política. “Justamente nesse sentido que a decisão do colegiado do Profmat em reservar um percentual específico de bolsas captadas para cotistas é não só louvável, digno do nosso irrestrito reconhecimento, como também, ao nosso ver, precisa se constituir como uma política a ser replicada por outros programas de pós-graduação, sejam eles da própria UEPB ou em rede”, destacou a professora Melânia.

A professora Luciana Roze, coordenadora do Profmat, sublinhou que a decisão do colegiado tem uma importância muito grande para o programa: “A bolsa de estudo é um importante incentivo para a permanência dos alunos no Profmat. Nossos alunos são professores da rede pública, que enfrentam o desafio de conciliar o trabalho em sala de aula com as atividades do mestrado.”

Além disso, “a maioria vem de outras cidades e precisa lidar com os custos de deslocamento para Campina Grande. A bolsa auxilia nas despesas com transporte, material didático, livros e outros custos, garantindo que os alunos tenham melhores condições para prosseguir no curso.”

O mestrando Maurício da Silva Souza, natural de Arara (PB) e professor de Matemática na Escola Estadual de Referência em Ensino Médio Luiz Rodolfo de Araújo Júnior, em Abreu e Lima (PE), afirma que a bolsa será muito bem-vinda para a conclusão do seu mestrado.

“Na verdade, sou o primeiro a ter terminado a graduação! Tenho pai e mãe semianalfabetos, agricultores, residentes na zona rural. A vida não foi nada fácil! Eu sempre tive muita vontade de fazer o mestrado, nem tinha pretensão de ganhar a bolsa. Agora o incentivo é ainda maior! Acredito que a bolsa dá um gás a mais na gente, o que também é muito importante para o programa”, destacou.

 

Iniciativas de melhorias da qualidade do ensino

Outro aspecto importante, reforçado pela professora, é que, “como critério do edital, o bolsista assume o compromisso de continuar atuando na Rede Pública de Educação por, no mínimo, cinco anos após a diplomação, desenvolvendo iniciativas que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino. Esse vínculo destaca a importância do apoio financeiro e institucional, permitindo que esses profissionais não apenas concluam o mestrado, mas também apliquem os conhecimentos adquiridos em benefício da educação básica”, enfatizou.

Por fim, a coordenadora salienta que adotar uma política de permanência para os discentes cotistas do Profmat é essencial para garantir equidade no acesso e na conclusão do programa. Essa medida fortalece a diversidade e a inclusão, além do que torna o ambiente acadêmico mais representativo das realidades da educação básica.

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