Pós-graduação em Ciências Agrárias completa 15 anos e inicia nova fase com a primeira turma de doutorado
Em agosto de 2025, o Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias (PPGCA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completa 15 anos de existência e antecipa a celebração da data com uma conquista histórica: a abertura da primeira turma de doutorado. A criação do novo nível de formação marca uma nova fase na trajetória do programa, que se consolidou ao longo dos anos como referência regional em pesquisa, inovação e formação científica na área das Ciências Agrárias.
A entrada dos 10 primeiros doutorandos marca um avanço significativo para o PPGCA, que reafirma sua excelência ao conquistar nota 5 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na avaliação quadrienal 2017–2020.
Com 168 mestres já titulados, o programa amplia sua relevância científica e acadêmica por meio de uma parceria estratégica com a Embrapa Algodão, sediada em Campina Grande (PB), o que fortalece sua inserção no cenário nacional da pesquisa em ciências agrárias.
De acordo com o coordenador do PPGCA, professor Alberto Soares, “o início da primeira turma de doutorado é muito marcante para a trajetória do PPGCA. Essa etapa firma o amadurecimento do Programa, construído com dedicação por professores, alunos, corpo técnico-administrativo e parceiros ao longo desses últimos 15 anos”.
O coordenador reforça ainda que “nosso papel, enquanto Programa, sempre foi focado na formação de recursos humanos altamente qualificados, dotados de uma visão sistêmica, com perfil científico e preocupação social atrelados aos cenários local e regional. É importante destacar que o PPGCA tem formado profissionais capazes de enfrentar os desafios do sistema de produção agrícola com muita responsabilidade, inovação e compromisso com o desenvolvimento sustentável”.
Percursos acadêmicos construídos na UEPB
Entre os aprovados para o doutorado, destaca-se a trajetória de dois discentes que alcançaram as primeiras colocações no processo seletivo. Ambos são egressos do mestrado em Ciências Agrárias (UEPB) e iniciaram suas jornadas acadêmicas ainda na graduação, como bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Os casos exemplificam o percurso formativo completo oferecido pela UEPB, da iniciação científica ao doutorado, evidenciando a consistência e a continuidade da formação acadêmica e científica da instituição.
Guilherme Félix Dias, que participou de três cotas do PIBIC, ressalta a importância da iniciação científica em sua trajetória. “Além disso, no decorrer dos projetos, eu realizei minha graduação em Agroecologia, cujo trabalho de conclusão de curso foi fruto de um desses projetos realizados, o que enfatiza a importância da iniciação científica durante a graduação. Todas as atividades desenvolvidas, somadas aos momentos e ensinamentos do professor Alberto [orientador], tiveram impacto muito relevante na minha formação, tanto como pessoa quanto como profissional. Foi durante o PIBIC que pude perceber que, de fato, eu fiz a escolha certa, e sentir que os resultados de nossos trabalhos podem trazer benefícios para a sociedade em que vivemos, e isso é muito gratificante”, pontuou.
Guilherme, o primeiro da família a entrar em um doutorado, destacou que foi “o único que enveredou pela formação na área de agrárias. Tenho alguns familiares que seguiram o caminho da área da saúde, mas apenas nível técnico ou graduação. E isso é importante, uma vez que mostrou aos mais jovens da família que sim, é possível alcançar esta etapa. Agora eles conseguem enxergar muito mais possibilidades nos campos da ciência que um dia podem seguir. Embora a área da saúde seja importante, existem inúmeras áreas do conhecimento relevantes”.
Priscylla Marques de Oliveira Viana também reforça a relevância do diálogo entre teoria e prática ao longo da sua trajetória acadêmica. “Desde a graduação estou com o professor Alberto, e ter participado da iniciação científica me permitiu vivenciar na prática o desenvolvimento científico, aprender a manusear equipamentos de laboratório e conduzir experimentos. Essa vivência teve um papel importante na minha trajetória como estudante, e acredito que, se não tivesse passado por essa experiência no PIBIC, talvez não tivesse despertado o interesse em seguir na carreira acadêmica”, enfatizou.
A importância de estruturas de pesquisa para a formação
Além das experiências práticas e do manuseio de equipamentos, Priscylla destaca que “com a iniciação cientifica eu aprendi a pensar criticamente, a lidar com dados, a entender que a pesquisa é construindo passo a passo, de forma gradual, com dedicação e método”.
Ela também sublinha a importância de seus familiares “que cursaram mestrado e doutorado, e que, por meio da educação, transformaram suas vidas. Tê-los como exemplos foi uma motivação constante para persistir nos estudos e acreditar que esse caminho também era possível para mim”, evidenciou.
Para o professor Francisco Vanies da Silva Sá, coordenador adjunto do PPGCA e que orientou Priscylla durante o mestrado, além da iniciação científica, a formação continuada de estudantes empenhados na pesquisa é fundamental, pois agora, com a implantação do nosso programa de doutorado, torna-se fundamental para o fortalecimento e a consolidação dos grupos de pesquisa”, salientou.
Guilherme e Priscylla reconhecem a importância tanto dos grupos de pesquisa quanto dos laboratórios, como é o caso do Laboratório de Ecofisiologia Vegetal (EcoLab), coordenado pelo professor Alberto Soares. “Fazer parte do grupo de pesquisa do laboratório EcoLab teve um papel importante na minha formação como pesquisadora. Estar inserida em um ambiente coletivo de pesquisa me proporcionou trocas de experiências, amadurecimento acadêmico e uma compreensão mais ampla sobre o papel da ciência”, frisou Priscylla.
Conforme Guilherme, “tanto a participação nos PIBICs quanto estar incluso em um grupo de pesquisa, como o EcoLab, tiveram impacto em quem eu sou hoje, e isso inclui os bons desempenhos em eventos, projetos e processos seletivos. Estar em um projeto de iniciação científica te faz querer aprender e ser melhor, e esse sentimento se eleva quando você faz parte de um grupo de pesquisa unido e qualificado”.
Segundo o professor Alberto Soares, a comemoração dos 15 anos do PPGCA não se resume a um marco cronológico, mas simboliza uma trajetória de compromisso com a ciência, a formação de qualidade e a transformação de vidas por meio da educação. Ao integrar os diferentes níveis da formação acadêmica – iniciação científica, mestrado e agora doutorado – o programa reafirma seu papel estratégico na consolidação da pesquisa na UEPB.
Ele chama a atenção para um dado: “Além da busca em formar profissionais de excelência, o PPGCA-UEPB auxilia na formação de pessoas mais conscientes quanto ao seu papel na sociedade. Conforme o nosso levantamento da Quadrienal 2020-2024, verificamos que os nossos egressos têm atuado diretamente em várias frentes, propiciando melhorias especialmente em comunidades agrícolas, as quais têm se beneficiadas da transferência de tecnologias aprimoradas e desenvolvidas durante à sua formação acadêmica. A nossa responsabilidade social está no DNA da parceria UEPB-Embrapa Algodão. Tudo isso ratifica o compromisso da UEPB com a construção de um futuro mais justo e sustentável”, destaca o professor Alberto Soares.
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