Pesquisadora da UEPB participa de quatro capítulos de livro sobre Sementes da Paixão e Agroecologia na Região da Borborema

17 de dezembro de 2025

Da esquerda para a direita: Bento; a professora Elida Correa, da UEPB; Emanoel Dias, da AS-PTA; e a professora Christine Werba, do Departamento de Engenharia de Produção da UFPB.

A professora Elida Barbosa Correa, docente do Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA), no campus II, em Lagoa Seca, e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, participa de quatro capítulos do livro Sementes da Paixão: manejo da agrobiodiversidade na Borborema. A obra reúne experiências e conhecimentos sobre o uso e a conservação de sementes crioulas, sistematizados ao longo dos últimos anos, e se insere na perspectiva da ecologia de saberes, ao valorizar tanto o conhecimento científico quanto o saber empírico das comunidades rurais.

Composto por 20 capítulos, o livro é organizado por Emanoel Dias, da coordenação da AS-PTA, entidade que assessora famílias agricultoras na região da Borborema, e pela professora Christine Werba, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A obra, disponível em versão impressa e para download gratuito, resulta de iniciativas de pesquisa-ação desenvolvidas de forma colaborativa. A publicação busca revitalizar a memória biocultural de agricultores da região, promover o diálogo entre diferentes formas de conhecimento, estimular inovações sociotécnicas e econômicas e propor estratégias para políticas públicas voltadas à sustentabilidade e ao fortalecimento da agrobiodiversidade local.

A professora Elida, que coordena o Grupo de Pesquisa Agrobiodiversidade do Semiárido e o Núcleo de Extensão Rural Agroecológica (NERA), destaca que sua participação no livro não resulta de uma produção acadêmica esporádica, mas de pesquisas contínuas realizadas em parceria com alunos da extensão, da graduação e da pós-graduação da UEPB, além de pesquisadores de outras instituições.

Segundo ela, o Núcleo de Extensão Rural Agroecológica (NERA) foi criado em 2013, no Campus II da UEPB. “O que havia de especial nesse núcleo? A aproximação da sociedade civil com a universidade. A relação entre as organizações que prestam assistência técnica às agricultoras e agricultores familiares e a universidade se estreitou. A partir daí, eles apresentaram as demandas e problemas que precisavam ser resolvidos. Nós nos debruçamos para estudá-los e propor indicações de manejo e ações práticas”, destacou.

Foi nessa perspectiva que foram produzidos os capítulos dos quais ela participa, que correspondem a um quinto da obra. Integram a coletânea os textos “Multiplicação de sementes de milho crioulo Jabatão por seleção massal”, quarto capítulo; “Pesquisas participativas para a revitalização da batata agroecológica no Agreste da Borborema”, capítulo 13; “Uso de adubos orgânicos e pó de rocha na produção de batata agroecológica na agricultura familiar”, capítulo 14; e “Construção de estratégias para fortalecer o cultivo da erva-doce em bases agroecológicas no Território da Borborema”, capítulo 15.

“Pesquisamos uma temática problemática e realizamos ações para resolvê-la. No caso da batata, buscamos entender quais doenças estavam ocorrendo. Íamos a campo, isolávamos os patógenos, trazíamos para o laboratório e identificávamos. Depois, em oficinas, mostramos aos agricultores a doença causada pelo patógeno e explicávamos como controlá-la”, enfatizou.

Na avaliação da professora, a adoção dessa metologia é importante não apenas para as famílias assistidas. “A gente aprende muito com elas; eu aprendo junto com as agricultoras e agricultores que estão no campo, junto com os estudantes. Então, essa questão da construção do conhecimento horizontal, onde todos os conhecimentos são valorizados, é extremamente enriquecedora”, explicou.

Ainda conforme a cientista da UEPB, que representa a instituição na Comissão de Orgânicos da Paraíba, “desenvolvemos pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado, avaliando principalmente os métodos de manejo dessas doenças. Quanto às sementes, trabalhamos métodos de armazenamento para aumentar sua durabilidade nos bancos de sementes dos agricultores. No caso da erva-doce, identificamos o pulgão, explicamos como ele ocorre no campo e como manejá-lo”, esclareceu.

Segundo ela, alunos de graduação e pós-graduação, assim como técnicos do campus, participam das atividades. Parte do grupo atua diretamente na pesquisa, enquanto outra se dedica às ações de extensão, como oficinas, dias de campo e seminários. O trabalho é realizado de forma integrada, pois a pesquisa com aplicação prática exige coordenação entre todas as etapas.

Clique aqui para baixar a versão digital do livro.

 

Zélio Sales

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